Título: Para governo, crescimento foi ordenado
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 21/02/2010, O País, p. 10

BRASÍLIA. Um dos responsáveis pela elaboração de estudo da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento (Seges) que rechaça a tese de inchaço da máquina no governo Lula, o assessor especial do Ministério do Planejamento Marcelo Viana de Moraes defende as contratações e criações de cargos com o argumento de que, aliado ao ingresso líquido de mais de 63 mil servidores, o governo profissionalizou o quadro e aumentou a produtividade.

Viana afirma que gastos com pessoal equivalentes a 5,11% do PIB em 2009 não são discrepantes: Viana ¿ que na semana passada deixou a Seges e assumiu cargo de assessor do ministro ¿ disse que a criação de cargos, a realização de concursos, o aparecimento de novas carreiras e os reajustes tentam resgatar a ¿capacidade executiva perdida¿ da administração pública.

Além do ingresso líquido de 63 mil servidores concursados, no caso dos cargos em comissão, os chamados DAS, o governo criou 3.074 novos, totalizando 22.897.

¿ Quando o presidente Lula chegou, vínhamos de quatro anos, pelo menos, de contenção forçada da máquina por razões fiscais.

Quando você olha os 60 mil que entraram no governo Lula, chega a um patamar ligeiramente superior ao patamar vigente no anterior à crise de 1998. Não há inchaço ¿ disse Viana antes de deixar a Seges. ¿ Voltamos à quantidade de servidores de 1997. Estamos atendendo a uma população maior e tenho um funcionalismo civil ativo do tamanho equivalente ao de 1997. Tive ganho de produtividade.

Segundo ele, o governo passou anos com a máquina travada, por causa de compromissos fiscais. Viana defende os reajustes salariais: ¿ Estamos precisando resgatar a capacidade executiva perdida e isso só vai poder ser feito se tivermos quadros profissionais qualificados. Não há problema fiscal. Do ponto de vista fiscal, não cabe crítica porque está num patamar historicamente razoável (os gastos).