Título: Propostas do Rio serão discutidas em seminário
Autor: Magalhães, Luiz Ernesto
Fonte: O Globo, 28/02/2010, Rio, p. 17

Secretários defendem projetos apresentados ao Comitê Olímpico

O seminário "Mobilidade Urbana e os projetos para a Copa e a Olimpíada. O Rio movendo-se para não parar" acontecerá na próxima quarta-feira, no Centro de Convenções da Firjan (Avenida Graça Aranha 1, Centro). Dois painéis reunirão especialistas com visões diferentes sobre os resultados que trarão os investimentos previstos.

Os secretários de Transporte do Estado (Júlio Lopes) e do Município (Alexandre Sansão), que participaram da elaboração do projeto olímpico, estão entre os convidados. Os engenheiros de transporte Fernando Mac Dowell e Ronaldo Balassiano, da Coppe, também participarão dos debates.

- Tememos que o legado que fique para a cidade em transportes nas Olimpíadas não seja o melhor. Vamos debater os projetos existentes e as alternativas. O Rio como futura sede olímpica vive um momento especial. Se forem necessários mais recursos em infraestrutura, seja do BNDES ou da 2ª etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a fim de acelerar e antecipar investimentos, esse é o momento de discutir - explicou o gerente de Infraestrutura e Novos Investimentos da Firjan, Cristiano Prado, que coordenou o trabalho.

Júlio Lopes: "modelo proposto trará benefícios"

Segundo o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, o modelo proposto na candidatura trará benefícios não apenas para a mobilidade como para o meio ambiente, já que os novos veículos também serão menos poluentes.

- O projeto para 2016 busca racionalizar o sistema a partir do que já existe. Não podemos partir do zero. Os resultados trazidos pelos investimentos em BRTs são comparáveis com o metrô. Madri, por exemplo, que tem um dos melhores serviços metroviários do mundo, acaba de implantar novas linhas de BRT - disse Lopes.

O secretário especial da prefeitura para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, Ruy Cézar Miranda Reis, também defende o projeto atual, porque seguiu modelos adotados em outras olimpíadas, trazendo melhorias sensíveis. Em Sidney (2000), foram implantadas linhas de BRT, que são mais baratas que as de metrô. Pequim (2008) também optou pela criação de três corredores de ônibus.

- O projeto do Rio teve a assessoria de Jaimer Lerner (também convidado para o seminário), um dos principais especialistas em racionalizar os vários sistemas de transportes - disse Ruy.

O cenário, porém, seria pior se nenhum investimento fosse feito. Com base em informações do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), o estudo revela que o Rio poderia ter 154 quilômetros de engarrafamentos em 2016. Isso levaria a perdas de R$34 bilhões nos congestionamentos, ou 25% do PIB do Rio de Janeiro atual.