Título: Bom e mau exemplos
Autor: Allan, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 09/06/2009, Economia, p. 14

Ao contrário do que os governos dos Estados Unidos e do Brasil querem fazer crer, a estratégia de gastar mais dinheiro do contribuinte para estimular o nível de atividade está longe de ser uma unanimidade. Vários analistas apontam para os riscos da elevação das despesas públicas, como o desequilíbrio fiscal e a inflação. Nos EUA, um grupo de 200 eminentes economistas, incluindo três laureados com o Prêmio Nobel, publicaram uma carta aberta a Obama rebatendo sua afirmação de que não havia ¿desentendimento¿ quanto à escolha da opção keynesiana para combater a crise.

Em vez de mais gastos, recomendaram reformas que removam dificuldades para contratar, investimento e produção. ¿Impostos menores e a redução do peso do governo são a melhor forma de usar a política fiscal para estimular o crescimento¿, afirmaram. Para o economista Carlos Thadeu, o PAC americano é inflacionário, pois vai elevar o déficit público a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) e a dívida para quase 80% do PIB. No Brasil, a melhora nas contas permitiria a elevação das despesas sem gerar inflação. (RA)