Título: Irmão do Papa adnite que batia em crianças
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Fonte: O Globo, 10/03/2010, O Mundo, p. 29

Padre Georg Ratzinger afirma que tinha peso na consciência; Vaticano defende a Igreja

BERLIM. Em meio ao reconhecimento do Vaticano sobre a ¿gravidade da crise pela qual a Igreja está passando¿ depois das últimas acusações de abuso sexual em Alemanha, Áustria e Holanda, o irmão do Papa Bento XVI, Georg Ratzinger, de 86 anos, pediu desculpas ontem por ter estapeado alunos que integravam um famoso coral alemão. O padre admitiu que batia nas crianças, mas disse que tinha ¿peso na consciência¿.

Ratzinger garantiu, em outras ocasiões, que as denúncias se referiam a anos anteriores aos que dirigiu o coral ¿Regensburger Domspatzen¿ ¿ de 1964 a 1994. Apesar de afirmar a um jornal alemão que não tinha noção da violência que cometia e que desconhecia os abusos sexuais, ele disse que sabia das acusações de violência em uma escola, mas que não fez nada a respeito. ¿Não tinha consciência do alcance desses métodos brutais. Se soubesse dos excessos de força que estavam utilizando, teria feito algo. Peço perdão às vítimas¿, declarou o sacerdote.

Em resposta às acusações de que as políticas da Igreja levaram à omissão dos problemas, o Vaticano disse ontem que os escândalos por abuso na Alemanha e outros países causam dor, mas que a Igreja respondeu de maneira imediata e transparente.

¿ Erros cometidos pelas instituições e membros da Igreja são passíveis de repreensão devido à responsabilidade moral e educacional da Igreja ¿ disse o porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi.

Na semana passada, a diocese de Regensburgo disse que um ex-cantor do coral denunciara abusos sexuais ocorridos no início dos anos 60. Em toda a Alemanha, mais de 170 estudante garantiram que sofreram abusos nas escolas católicas. ¿Esses temas nunca foram analisados. O problema de abuso sexual descoberto agora nunca foi mencionado¿, afirmou Ratzinger. Em nota, Lombardi disse que os abusos cometidos no seio da Igreja são ¿especialmente deploráveis¿, mas afirmou que condenar apenas a Igreja é distorcer a realidade.