Título: Incentivo à inovação
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 07/03/2010, Economia, p. 28
Fornecedoras da estatal geram tecnologia e exportam BRASÍLIA e RIO. A fabricante nacional de máquinas e motores Weg é parceira da Petrobras desde a década de 1970 e, com as expectativas de negócios por causa do présal, prepara-se para ampliar ainda mais seus negócios, inclusive para o exterior. Para tanto, já vem conversando com a estatal para o desenvolvimento de novas tecnologias e maquinaria, processo esse que faz parte da história da companhia.
O diretor de Vendas e coordenador da Área de Óleo e Gás da Weg, Hélcio Makoto, diz que essas parcerias acabam gerando espaço para novos negócios, incluindo exportações.
¿ A Petrobras é uma referência. Depois de desenvolvermos produtos para ela, todas as petrolíferas que quiserem comprar podem fazê-lo. É uma oportunidade ¿ afirma o diretor da Weg, que, em 2009, registrou receitas de R$ 5,1 bilhões.
Ao todo, segundo Makoto, cerca de 5% do faturamento da companhia vêm dos negócios com a Petrobras, e esse número deve crescer daqui para a frente. O executivo explica que, pelas exigências de qualidade da Petrobras, a Weg tem de investir em pesquisa e desenvolvimento, a fim de criar maquinário para as necessidades específicas da estatal. O último acordo, acrescentou, prevê a criação de um inversor de frequências para plataformas de petróleo.
Para tanto, a empresa precisa contar com mão de obra especializada. Hoje, a Weg emprega 20 mil pessoas no Brasil e mais duas mil no exterior. Ao todo, são 1.378 trabalhadores com curso superior completo, 623 com especialização, 153 com mestrado e quatro com doutorado.
¿ Estamos nos preparando para essa nova fase fabril e técnica ¿ afirma o executivo.
No Rio, Jorge Fernandez, da Maemfe, tenta traçar um caminho semelhante. Atualmente, ele busca trazer para a sua fábrica tecnologia para produzir e fornecer à estatal produtos metálicos de segurança para exploração de óleo em alto mar. Ele está prestes a firmar acordos de cooperação tecnológica com empresas de Alemanha, Irlanda e Noruega para trazer mais tecnologia aos seus produtos e serviços.
¿ Com tecnologia de ponta, eu sou competitivo.
Queremos aproveitar a busca por conteúdo nacional e, depois, planejar exportações ¿ diz Fernandez. (Patrícia Duarte e Henrique Gomes Batista)