Título: Não é corrupção; são problemas com os secretários
Autor: Bruno, Cássio
Fonte: O Globo, 07/03/2010, O País, p. 3

Juntos, Alair Correa e Mario Marques aparecem no topo com pelo menos 16 acusações

Na lista da Transparência Brasil, há os recordistas em processos, e Alair Correa (PMDB) é um deles. Segundo o estudo, o deputado é citado em pelo menos nove ações.

Entre elas, por improbidade administrativa na realização de obras lesivas ao meio ambiente e irregularidades nas prestações de contas na época em que era prefeito de Cabo Frio. Ele chegou a ser condenado pelo TCU a devolver R$ 210 mil por causa de problemas num convênio assinado entre o município e o Fundo Nacional de Saúde.

¿ Fizemos defesas contundentes de todos os processos e aguardamos uma resposta da Justiça.

Ele (Alair Correa) responde às ações porque fez obras e não porque desviou dinheiro ¿ disse Carlos Augusto Cotia, advogado do deputado.

O topo da relação inclui Mario Marques (PSDB). O parlamentar aparece em sete processos, a maioria de quando era prefeito de Nova Iguaçu, entre 2002 e 2004. Ele foi condenado pelo TCE por irregularidades no repasse de verbas do SUS a estabelecimentos privados de assistência à saúde, gerando uma dívida de R$ 10,9 milhões aos cofres públicos. No Supremo Tribunal Federal, Marques responde a inquérito por crime de responsabilidade e licitação irregular.

¿ Não é corrupção. São problemas gerados por secretários municipais e servidores e que caem em cima do prefeito ¿ justifica ele.

Tropa de choque de governador também aparece na relação Integrantes da tropa de choque política do governador Sérgio Cabral também figuram na relação.

O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), aparece numa ação de impugnação de mandato por inelegibilidade no TSE sob acusação de corrupção. É processado ainda pelo Ministério Público por dano ao meio ambiente.

¿O MP entrou no TRE com dois pedidos (um de impugnação de mandato eletivo e outro de cassação de expedição de diploma, ambos com os mesmos argumentos sem fundamento) contra Picciani e dezenas de parlamentares eleitos nas eleições de 2006. O MP perdeu todos porque nem compareceu ao TRE. Mesmo assim, recorreu¿, diz nota divulgada pela assessoria de imprensa de Picciani.

O líder do governo na Alerj, Paulo Melo, é acusado pelo MP de irregularidades num convênio assinado entre a prefeitura de Saquarema, na Região dos Lagos, e o seu centro social.

¿ Ganhamos em primeira instância o julgamento de extinção da ação. Mas o MP recorreu ao STJ. A minha mulher era a vice-prefeita.

A Lei Orgânica e a Constituição não proíbem isso. Tivemos até um parecer favorável do TCE ¿ argumentou Melo, do PMDB.