Título: Indicadores econômicos são positivos
Autor: Rodrigues, Lino; Batista, Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 12/03/2010, Economia, p. 27

No mercado de trabalho, Brasil gerou quase um milhão de empregos formais

No ano em que a economia brasileira ficou praticamente estagnada,os demais indicadores do país apontam uma recuperação. Do mercado detrabalho ao comércio, os números trazem uma garantia para ocrescimento. E, segundo analistas, esse conforto macroeconômico temtudo para se sustentar neste ano.

- Esse número do PIB não reflete o que está acontecendo agora:estamos em fase de aquecimento. Passamos bem pela crise, ao contráriode países como a Grécia. Nossas políticas fiscal e monetáriaconsistentes dão força ao país. O perigo agora é o país deitar em berçoesplêndido - afirmou Marcio Garcia, professor da PUC-Rio.

No mercado de trabalho, num ano de crise, o Brasil gerou quase ummilhão de empregos em 2009. Já em 2010, a taxa de desocupação dejaneiro atinge 7,2% - a menor para um janeiro da série histórica. E arenda média do trabalhador encerrou o ano passado superior à registradaem 2008, com alta de 3,2%.

- O mercado de trabalho ajudou a sustentar o mercado interno, que,por sua vez, segurou o país na crise. O que se vê é que a recuperaçãodo mercado de trabalho foi rápida. No aperto de 2003, chegamos a teruma taxa de desocupação de 13%. Nesta crise, não passamos de 9%. Nossomercado de trabalho ficou muito resistente à crise - afirmou RobertoGonzalez, da Coordenação de Trabalho e Renda do Ipea, que teme, noentanto, os avanços da informalidade no país.

Ainda que o avanço das vendas do comércio tenha encerrado 2009abaixo do dado de 2008, o varejo surpreende. A alta de 2,7% em janeiroveio acima das projeções de analistas. Para analistas, esse resultadoda Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo IBGE, apontaa continuidade da forte expansão do setor, que, após sete meses decrescimento, registrou leve desaceleração em dezembro.

- O problema recai sobre a sustentação desse indicador. A curtoprazo, tudo bem - comentou Antônio de Lacerda, professor da PUC-SãoPaulo.

Já o crédito, mesmo num ano de crise, apresentou crescimentonominal de 19,7% no saldo de operações para pessoas físicas. O crédito,que começou 2009 representando 40% do PIB, fechou o ano em 45%.