Título: Rigor da medida contraria parlamentares
Autor: Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 19/03/2010, O País, p. 8

Até senador da base reclama do corte, mas líder petista diz que governo optou pela cautela

BRASÍLIA. Parlamentares da base e da oposição estranharam o rigor docorte feito no Orçamento pelo governo, justamente quando se anunciaarrecadação recorde. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que comproubriga com o relator da Comissão de Orçamento, deputado Geraldo Magela(PT-DF) que tentou substituir emendas dos parlamentares por emendasde sua autoria acha que o presidente Lula vai repetir a mesmaestratégia com esse corte.

Não temos dúvida que será um corte100% politico eleitoral para penalizar a oposição. O governo vai,irresponsavelmente, fazer utilização politica do Orçamento, atingir aoposição e restituir o que o Magela não conseguiu fazer aqui noCongresso protestou Caiado.

O senador Renato Casagrande(PSB-ES) disse que o corte indica que, mais uma vez, haverá uma enormedificuldade para que o Orçamento seja executado como saiu do Congresso.

Esse corte gigantesco não tem razão de ser porque estamos tendo umaarrecadação recorde, muito maior do que o ano passado. Todo ano aexecução orçamentária é uma via crucis, e este ano eleitoral não serádiferente criticou Casagrande.

O ex-líder do PSDB, deputadoJosé Aníbal (SP), disse que o fato de o governo sinalizar que vaipreservar as áreas de saúde, educação e PAC significa que estápreparando uma outra maquiagem para o principal programa da campanha daministra Dilma Rousseff à Presidência.

Vão fazer algumamanipulação, porque o histórico dos últimos três anos mostra que osrecursos do PAC quase não foram usados disse Aníbal.

O líderdo PT na Câmara, deputado Fernando Ferro, disse que o corte foi umamedida preventiva para os sinais de aumento da inflação.

Não se trata de corte, mas de um ajuste disse Ferro.