Título: Julgamento dos Nardoni terá maquete
Autor: Moreira, Gabriela
Fonte: O Globo, 19/03/2010, O País, p. 18

Promotoria mostrará a jurados detalhes do apartamento da menina morta Com a filha Isabella nos braços, Alexandre Nardoni sobe na cama e, após desequilibrar-se, acaba deixando uma pegada no lençol. Por um buraco de 47,5 cm de diâmetro feito na tela de proteção da janela, ele joga a filha ¿ de apenas 5 anos ¿ de uma altura de 20 metros. Para convencer os jurados da tese da acusação no julgamento de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, o promotor Francisco Cembranelli contará com o auxílio de uma maquete feita sob encomenda. O julgamento está marcado para começar na próxima segunda-feira, em São Paulo. O uso da maquete, segundo o promotor, é para facilitar o entendimento do crime e detalhar a participação de cada um no assassinato que chocou o país, em 29 de março de 2008. Cembranelli considera ser muito difícil para o jurado, em qualquer júri, entender olhando uma simples fotografia. O cenário de onde Isabella foi jogada foi reproduzido exatamente como deixado após o crime. A cama com o lençol sujo, o cobertor desarrumado e as marcas de sangue no chão. ¿ Acredito que este é o primeiro caso em que uma maquete será usada num julgamento. Recebemos o pedido do Instituto de Criminalística, em novembro, e passamos cerca de três meses na elaboração da maquete ¿ informou Fábio Fogassa, dono da empresa Maquetes Fogassa, responsável pela miniatura. Doze funcionários da empresa participaram do projeto. Para reproduzir a cena do crime, os profissionais tiveram acesso às fotos feitas pela perícia e visitaram apartamentos no Edifício London, Zona Norte de São Paulo, onde ocorreu o crime. ¿ Não pensamos que ali havia ocorrido um crime. Nosso objetivo foi deixar o ambiente o mais próximo da realidade possível ¿ acrescentou Fogassa, preferindo não revelar o quanto recebeu pelo trabalho. Para a defesa, não há motivos para temer a maquete. ¿ A realidade é que se a maquete for bem feita, ela não prejudicará nosso trabalho. Se retratar os detalhes e a vulnerabilidade do prédio, ela vai reforçar a nossa convicção de que o casal não matou Isabella ¿ disse Ricardo Martins, advogado do casal Nardoni. Do Extra