Título: Serra inaugura começo de obra
Autor: Vasconcelos, Adriana; Lima, Maria
Fonte: O Globo, 24/03/2010, O País, p. 8

Em tom de despedida de governo, fotos com operários que construirão teatro

SÃO PAULO. Em clima de despedida do cargo, o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, participou ontem da cerimônia de início da demolição de imóveis desapropriados para a construção do Teatro da Dança, na região da capital paulista conhecida como Cracolândia. Numa atividade típica de campanha, ele operou uma escavadeira para derrubar um muro do terreno onde o teatro será construído. Também posou para fotos com um grupo de operários da obra.

Serra aproveitou o evento para fazer um balanço das realizações da sua gestão na área da cultura, citando até projetos implantados na época em que era prefeito de São Paulo, de 2005 a 2006. Ele homenageou os funcionários da Secretaria estadual da Cultura: A cultura foi a área que mais expandimos. O orçamento da cultura hoje é três vezes maior do o que de 2007 disse Serra.

Perguntado se estava se despedindo do cargo, respondeu: O tom (do discurso) é vocês (repórteres) que captaram.

Sempre faço balanço.

Após discursar, Serra, orientado por um operador, manejou a escavadeira por cerca de dez minutos. Derrubou três pedaços de um muro.

É uma terapia respondeu, ao ser perguntado sobre a experiência.

A construção do Teatro da Dança vem sendo anunciada pelo governo estadual desde 2007. O complexo contará com três salas de espetáculos e será integrado a outros equipamentos culturais existentes na região, como a Pinacoteca e o Museu da Língua Portuguesa.

Abrigará ainda escolas de dança e de música e terá biblioteca, estúdios e auditório.

A meta é revitalizar a área e afastar os usuários de crack das ruas. O governador paulista estima que o Teatro da Dança estará pronto em três anos.

Elogios a empreiteira investigada pela PF Antes de visitar o local onde será erguido o Teatro da Dança, Serra esteve numa cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, na qual a empreiteira Camargo Corrêa doou para a Universidade de São Paulo (USP) um terreno de 77 mil metros quadrados em Jaú, no interior do estado.

No local, será instalada a Estação Experimental de Agroenergia da USP para aulas e estudos.

A Camargo Corrêa foi alvo da Polícia Federal na Operação Castelo de Areia. O processo foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por vícios insanáveis durante as investigações. O presidente da empresa, Carlos Pires de Oliveira, e Renata Camargo, da família que tem o controle acionário da companhia, estiveram presentes na cerimônia com Serra.

Quero destacar a generosidade e visão da Camargo Corrêa de vincular a doação de um imóvel de seu patrimônio a um projeto educacional afirmou o governador.