Título: Sucessor de Arruda disputará eleição
Autor:
Fonte: O Globo, 25/03/2010, O País, p. 4

Wilson Lima, que assumiu o governo do DF, concorrerá na eleição indireta

BRASÍLIA. Em sua primeira visita à Câmara Legislativa, desde queassumiu o cargo, o governador do Distrito Federal, Wilson Lima (PR),disse ontem que será candidato nas eleições indiretas que escolherãoquem continuará no comando do Executivo do DF até dezembro. O anúnciofoi feito após encontro com parlamentares, no qual Lima entregou um"pacote de bondades" que reajusta os salários de 15 categorias deservidores em até 15%.

- Sou oriundo desta Casa e todo deputado distrital pode secandidatar. Sou candidato - resumiu Lima, que assumiu em 2 defevereiro, com a renúncia de Paulo Octávio (DEM), vice que substituiuJosé Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), após sua prisão por supostatentativa de suborno a testemunhas do escândalo do mensalão.

Lima vinha crescendo no banco de apostas da sucessão, pois temtrânsito entre ex-aliados de Arruda e apoiadores do ex-governadorJoaquim Roriz (PSC), que lidera as pesquisas e disputará as eleiçõesdiretas para o período de 2011 a 2014). Provável vice na chapa deRoriz, o deputado federal Jofran Frejat é do partido do governador.

O ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça(STJ), determinou que Arruda seja ouvido pela Polícia Federal,atendendo a pedido do Ministério Público Federal. De acordo com odespacho, o depoimento deve ser imediato. Também foi determinado quesejam ouvidos os demais envolvidos, e foi pedida a análise do materialapreendido, inclusive escutas telefônicas.

O ministro ordenou que o ex-governador, cassado por infidelidadepartidária, permaneça nas dependências da PF, onde está preso desde 11de fevereiro. Arruda desistiu de recorrer da cassação, perdeu o foroprivilegiado e pode ser transferido, como preso comum, para aPenitenciária da Papuda. Cumpridas as determinações, o ex-governadordeverá deixar a prisão em abril, tão logo sejam tomadas todas asprovidências.

- Ele deverá sair num prazo inferior a duas semanas, desde queconsigamos produzir provas em relação às quais (Arruda) não poderáinfluenciar - afirmou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.