Título: Socorro de FMI e países da zona do euro à Grécia pode chegar a A 22 bi
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Fonte: O Globo, 26/03/2010, Economia, p. 28
País, porém, só terá acesso a pacote se não conseguir captar no mercado
BRUXELAS e RIO. A Grécia ganhou ontem à noite apoio financeiro dos países da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). O acordo tem condições rígidas e, por enquanto, não envolve dinheiro. Apesar de oficialmente não se falar em números, uma fonte graduada da Comissão Europeia disse que o pacote de resgate estaria entre C 20 bilhões e C 22 bilhões.
O plano respeita totalmente nossas exigências e terá impacto positivo na economia disse à Reuters o porta-voz do governo grego, George Petalotis.
Ele afirmou que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, o premier grego, George Papandreou, e o presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, definiram os detalhes do acordo. Segundo fontes da UE, os países da zona do euro deverão arcar com dois terços dos custos do pacote, e o FMI, com um terço.
Porém, pelos rígidos termos impostos pela Alemanha, o mecanismo só poderia ser ativado com aprovação unânime da zona do euro, e Berlim teria poder de veto. A Grécia só terá acesso ao pacote se não obtiver recursos no mercado financeiro.
Oi anuncia nova relação de troca para papéis da BrT A expectativa de um acordo animara os mercados pela manhã.
Mas a queda de mais de 2% das ações da Petrobras levou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a recuar 0,68%, aos 68.442 pontos. O dólar comercial, por sua vez, avançou 0,55% a R$ 1,812, acompanhando os mercados externos. O papel preferencial da Petrobras (PN, sem direito a voto) caiu 2,47%, e o ordinário (ON, com direito a voto), 2,11%. Para o analista do setor de petróleo da corretora SLW, Erick Scott, não houve qualquer dado novo que justificasse essa queda, mas ainda pesam as incertezas sobre a capitalização.
A Oi (ex-Telemar) anunciou ontem a nova proposta para a relação de troca entre suas ações e as da Brasil Telecom (BrT), adquirida no início de 2009: redução de até 13,4% no valor dos papéis. Em janeiro, a empresa suspendera o processo de incorporação, que unificaria suas ações na Bolsa, após elevar em 103% a provisão para perdas da BrT. A simplificação societária é essencial para a criação da supertele nacional.
Pela nova proposta, uma ação ON da BrT vale 0,3955 ON da Telemar. Antes, o valor era de 0,4137 e queda de 4,4%. No caso dos papéis PN, a proporção é de 0,2191, contra 0,2530 anteriormente e valor 13,4% menor. Analistas criticaram a forte redução no valor dos papéis PN, que têm maior liquidez na Bolsa.
Segundo a Oi, a proposta será encaminhada ao Conselho de Administração da BrT e, em 30 dias, convocada uma Assembleia Geral. Segundo relatório da Ativa, há grande chance de os minoritários da BrT rejeitarem a proposta. Alex Zornig, Diretor de Relações com Investidores da Oi, disse que sem a aprovação o processo será suspenso.
As ações PN da BrT caíram 5,46%, e as ON, 17,6%. Já as Telemar PN recuaram 1,82%, e as ON, 0,79%. (Bruno Rosa e Mariana Schreiber, com agências internacionais)