Título: Bancoop: Senado chama tesoureiro do PT para depor
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 18/03/2010, O País, p. 8

Vaccari, promotor e corretor podem ter que explicar supostos desvios de recursos

BRASÍLIA. Depois de duas tentativas frustradas, a oposição garantiu ontem a aprovação, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, de convites para o promotor José Carlos Blat, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o corretor Lúcio Funaro prestarem esclarecimentos sobre o suposto desvio de recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) para campanhas do PT. Por sugestão do senador Paulo Paim (PT-RS), o nome do advogado da Bancoop, Pedro Dallari, foi incluído entre os convidados.

A oposição se valeu de um cochilo da base aliada, que priorizou ontem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde foi discutido o marco regulatório do pré-sal. A oposição levou o caso para a CDH sob alegação de que os prejuízos aos clientes da cooperativa têm relação com os assuntos tratados naquela instância.

O governo vai adiar para depois da Semana Santa a realização dessas audiências. A líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (SC), propõe que esses depoimentos sejam realizados em conjunto com a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) do Senado, onde não foi aprovado ainda qualquer convite.

Na melhor das hipóteses, os requerimentos convidando Blat, Vaccari e Funaro poderão ser votados na próxima semana. A primeira audiência só deverá acontecer na 2° quinzena de abril.

Se o governo começar a enrolar muito na Comissão de Fiscalização e Controle, vamos cobrar a realização das audiência na Comissão de Direitos Humanos.

O importante é que temos instrumentos para fazer isso comemorou o líder do DEM, senador José Agripino (RN).

Parlamentares irão a SP para ver empreendimentos Para não deixar o assunto morrer, a oposição conseguiu garantir ontem que o presidente da CDH, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), indique uma subcomissão de parlamentares para ir a São Paulo ver os empreendimentos inacabados da Bancoop. Em depoimento ontem na CDH, o advogado Valter Picazio, que representa dez associações de cooperados, reiterou que o rombo na Bancoop começou a ser detectado em 2004, após o falecimento de seu presidente Luiz Malheiro.

Simplesmente desapareceram R$ 42 milhões que haviam sido aportados na Bancoop pelos fundos de pensão do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras.

Em 2006, a Bancoop quis dividir o rombo com os cooperados disse Picazio.