Título: Minc anuncia operação contra soja ilegal
Autor: Alencar, Emanuel
Fonte: O Globo, 27/03/2010, O País, p. 18

Ministro participará da ação na Amazônia, sua última como titular da pasta

MINISTRO CARLOS MINC: "A gente conseguiu derrubar o desmatamento (na Amazônia) na pancada"

Um dia antes de deixar o Ministério do Meio Ambiente para concorrera uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio, o ministro Carlos Minc vaicomandar, na próxima terça-feira, uma megaoperação de combate à sojailegal na Amazônia. O anúncio foi feito ontem no BNDES, onde o ministrotambém afirmou que o desmatamento na região caiu 50% entre agosto enovembro de 2009, em relação ao mesmo período de 2008. Os dados aindanão foram oficialmente divulgados pelo Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe).

- A gente conseguiu derrubar o desmatamento na pancada. Eu mesmoparticipei de 29 operações diretamente na Amazônia. A derradeira serádia 30. Vamos a uma área de soja pesada no meio de terra indígena. Voufazer esta incursão para me divertir um pouquinho também - disse Minc,em visita ao BNDES, onde participou do lançamento de um livro compropostas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Na quinta-feira, o ministro se reuniu com o presidente do banco,Luciano Coutinho, para cobrar agilidade na execução dos projetos doFundo Amazônia. Criado por decreto presidencial em agosto de 2008, ofundo conta com cinco projetos em execução, no valor de R$75 milhões.Até agora, a Noruega foi o único país a anunciar investimentos nofundo: US$1 bilhão até 2015. O objetivo é fomentar o desenvolvimentosustentável e incentivar a preservação da floresta.

- Estamos discutindo uma forma de dar mais velocidade na execução.Temos problemas de velocidade de execução. O Fundo Amazônia é uma dasexperiências mais estruturadas do mundo. A gente acaba sendo ummostruário para outros países - afirmou Minc, acrescentando que maisoito projetos, totalizando R$55 milhões, estão em fase de análise peloBNDES.

O superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES, SérgioWeguelim, antecipou que negocia a participação com 13 países europeus easiáticos. Cinquenta e três projetos estão inscritos, aguardandofinanciamento. Minc lembrou que, quando surgiu a ideia da criação dofundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou contrário.

- O Lula era contra, por uma questão de soberania. Achava que ospaíses estrangeiros iriam interferir. Resolvemos um problema tirandoestrangeiros do conselho gestor. E os países só podem sacar se ficarcomprovada a redução dos desmatamentos do ano anterior. O BNDES é agarantia que não vai ter picaretagem - disse o ministro.