Título: Rodovias do Rio receberam só 0,7% do previsto no PAC
Autor: Portela, Marcelo; Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 30/03/2010, O País, p. 9

Nos últimos três anos, 15 trechos ficaram sem verbas

BELO HORIZONTE e BRASÍLIA. O Rio de Janeiro teve 15 trechos de estradas federais que não receberam sequer um centavo nos últimos três anos, apesar de terem R$ 282 milhões para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) autorizados pelas Leis Orçamentárias Anuais (Loas) no período. Como O GLOBO mostrou ontem, o Estado do Rio foi o que teve o menor índice de liberação de recursos em rodovias, de 2007 a 2009, em relação aos investimentos previstos na primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-1): só R$ 36,4 milhões foram efetivamente pagos nesse período, o que equivale a 5,52% dos recursos autorizados e a 0,74% da previsão do PAC, de 2007 até o fim deste ano.

Esses dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). No balanço de três anos (2007 a 2009) do PAC, divulgado em fevereiro, o governo federal prevê investimentos exclusivos da União de R$ 4,8 bilhões nas rodovias federais que cortam o Rio de Janeiro.

Obra do Arco Rodoviário está atrasada Os trechos que não receberam nenhum recurso representam 45% dos 33 que tiveram verbas autorizadas para obras de construção, duplicação, recuperação e adequação de rodovias. Um exemplo é a construção de um contorno rodoviário com entroncamentos nas BRs 040, 101, 116 e 493, facilitando o acesso do Porto de Sepetiba com as principais estradas da região.

Os governos federal e do Rio atribuíram ontem à privatização das mais importantes rodovias que cortam o território fluminense o fato de ser baixa a execução dos investimentos previstos no PAC.

Temos de levar em consideração que o PAC não prevê apenas investimentos públicos, mas também das empresas que estão nos trechos licitados disse o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que o estado conta com poucas rodovias federais, com algumas exceções, como a BR101 Sul (Rio-Santos), que está em fase de duplicação. Outra obra citada por Pezão é o Arco Rodoviário, cerca de 145 quilômetros de vias e acessos em torno da região metropolitana da capital, que está atrasada. O prazo estabelecido anteriormente, de março de 2010, não será mais cumprido.

O atraso do Arco se deve a questões que poderão ser resolvidas facilmente, que têm a ver com os projetos de viabilidade destacou Pezão.

Entre as estradas que estão sendo geridas por concessionárias, destacam-se a Presidente Dutra, a Ponte Rio-Niterói, a Rio-Teresópolis e a Rio-Petrópolis, algumas privatizadas no segundo semestre de 2008.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, Julio Bueno, mencionou a BR-101 Norte, que liga o Rio ao Espírito Santo, como um grande problema. A rodovia, onde já se cobra pedágio, está longe de ser razoável, segundo Bueno.

De forma geral, as concessionárias estão cumprindo com suas obrigações.

Nosso problema maior é com a BR-101 Norte disse o secretário.