Título: Saúde da Família precisa ser ampliado
Autor: Galdo, Rafael
Fonte: O Globo, 01/04/2010, O País, p. 14
Programa tem boa cobertura no Tocantins, mas é falho no Sudeste
RIO e PALMAS. A dona de casa Maria Deusa Gomes tem diabetes e hipertensão e, toda semana, recebe a visita de agentes do Programa Saúde da Família (PSF). Ela mora em Palmas, no Tocantins, estado com maior cobertura desse programa no país, com 93,2% dos domicílios atendidos, como apontou a Pnad 2008. A pesquisa revelou que, dos 57,6 milhões de lares brasileiros, 27,5 milhões (47,7%) eram cadastrados no PSF, sobretudo os com rendimento mensal domiciliar per capita inferior a um salário mínimo (61,9%). Mas mostrou que, ao contrário do que acontece no Tocantins, no Sudeste e nas regiões metropolitanas há muito a avançar.
O Distrito Federal (com 11,2% dos domicílios atendidos) e o Rio de Janeiro (17,4%) foram os que apresentaram piores resultados. Na cidade do Rio, de acordo com a secretaria municipal de saúde, no início de 2009 a cobertura de PSF era de apenas 3,5%. Atualmente, chega a 15%, mas os planos são de expansão. No Rio, no entanto, com a instalação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), também tem se verificado uma tendência que a Pnad aponta como positiva para todo o Brasil: cada vez mais a população procura o posto ou centro de saúde como porta de entrada no SUS, em vez dos sobrecarregados hospitais. Em 1998, cerca de 42% da população buscavam essas unidades menores, agora são aproximadamente 56,8%.
¿ Pela pesquisa, revela-se uma evolução nas condições de saúde e de acesso a atendimento médico no país ¿ diz o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.
Nessa direção, ele cita o número de brasileiros que considera sua saúde muito boa ou boa (77,3%); a aprovação do serviço de saúde (privado e público) por 86,4% da população; e o fato de 95% das pessoas terem sido atendidas nas unidades de saúde em sua primeira tentativa.
* Especial para O GLOBO