Título: Rio pode ter mais de 20 candidatos ao Senado
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 11/04/2010, O País, p. 15
Até agora, 14 nomes já estão confirmados pelos partidos
Enquanto a campanha para o governo do Rio continua polarizada entre Sérgio Cabral (PMDB) e Fernando Gabeira (PV), sem definição ainda quanto à candidatura de Anthony Garotinho (PR), a disputa pelas duas vagas do Rio no Senado pode ultrapassar a marca de 20 candidatos. Até agora, há 14 nomes confirmados pelos partidos. E, a seis meses das eleições, a briga dá sinais de que será acirrada.
Numa dessas situações embaraçosas está a aliança PVPSDBPPS-DEM em torno de Gabeira por causa do apoio da coligação ao ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), que concorre ao Senado. O nome dele não agrada a setores dos verdes e dos tucanos. O próprio Gabeira já teria manifestado intenção de desfazer a parceria com Cesar, e nesta semana deve haver uma reunião dos partidos para decidir se haverá ruptura.
A polêmica pode causar mudanças no quadro eleitoral. Cesar vem incentivando uma candidatura ao governo estadual do PSDB. Já o presidente regional dos tucanos, José Camilo Zito, afirma que estão suspensas no partido as definições sobre eleições para governo e Senado.
Não teríamos candidato a nenhum dos dois cargos, apenas vice-governador. Agora está tudo incerto diz Zito.
A chapa tem ainda outros dois postulantes: o ex-deputado federal Marcelo Cerqueira, do PPS, e a vereadora carioca Aspásia Camargo, pelo PV. Cerqueira, além de Cesar, integrará o palanque do pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB); Aspásia apoiará Marina Silva (PV).
Na outra coligação formada em apoio à reeleição de Sérgio Cabral (PMDB) e à pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff o clima também não é amistoso. Os pré-candidatos Jorge Picciani (PMDB) um dos principais aliados de Cabral e Lindberg Farias (PT) andam trocando acusações. Picciani, que é presidente da Assembleia Legislativa do Rio, chamou Lindberg de criminoso por causa da suspeita de desvio de verbas da prefeitura de Nova Iguaçu, administrada pelo petista. E Lindberg pôs em dúvida o enriquecimento recente do adversário.
Para o cientista político Luiz Jorge Werneck Vianna, do Iuperj, os confrontos entre os dois devem crescer, já que ambos disputam a mesma esfera de votos na Baixada Fluminense. Mas, diz o especialista, os dois não serão os únicos a se estranharem na briga pelo Senado: Com tanta competição, esta tende a ser uma eleição com muitas traições.
Outros aspirantes ao Senado estão na órbita de Cabral. No PP, fala-se em candidatura própria ao Senado. No PCdoB não há definição.
O PTB, também negocia com Cabral. E há ainda o senador Marcelo Crivella (PRB), que tem apoio de Lula para fazer aliança com Cabral