Título: Poupança: maior captação em 13 anos
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 08/04/2010, Economia, p. 31
Depósitos superaram saques da aplicação em R$4,2 bi de janeiro a março
BRASÍLIA. Os depósitos na poupança superaram os saques em R$538,124 milhões em março, segundo o Banco Central (BC). O montante corresponde à metade do registrado em fevereiro, por causa, entre outros, pela concentração de pagamentos neste período, como IPTU e IPVA. Ainda assim, a caderneta fechou o trimestre com saldo positivo entre depósitos e retiradas de R$4,246 bilhões. É o maior resultado para esses períodos desde 1997, quando ficara em R$4,65 bilhões. Entre janeiro e março de 2009, a poupança havia perdido R$582,038 milhões líquidos. Já em fevereiro deste ano, a entrada líquida na aplicação havia chegado a R$1,089 bilhão ¿ o que ajudou no desempenho trimestral. A expectativa é que a procura pela caderneta continue forte, sobretudo por causa da melhora na renda da população. Com alta da Selic, fundos devem ultrapassar poupança Quando comparado com o desempenho dos meses de março em anos anteriores, o resultado de agora foi melhor do que o de 2009, com saída líquida de R$846,803 milhões, ainda sob impacto da crise internacional. Segundo o BC, os depósitos na poupança somavam no mês passado R$327,885 bilhões. A caderneta tem rendimento de 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR), que, neste momento, está praticamente zerada. Ainda assim, como a taxa básica de juros do país, a Selic, está no seu menor patamar histórico, de 8,75% ao ano, a poupança tem batido a rentabilidade de alguns fundos de renda fixa e DI, que têm cobrança de taxa de administração. Isso explica também a maior procura pela aplicação. Esse quadro, no entanto, deve mudar daqui para frente, uma vez que a expectativa geral do mercado é que a Selic voltará a subir ainda neste mês, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente. Pelas projeções do mercado, taxa deve fechar o ano a 11,25% ao ano. E a Selic serve como referência para a remuneração de títulos do governo, que compõem as carteiras dos fundos de investimento. Ou seja, o rendimento deve melhorar. Inclui quadro: os números da caderneta.