Título: Em Minas, PT terá que fazer prévias
Autor: Litaiff, Paula
Fonte: O Globo, 13/04/2010, O País, p. 4

Depois de Patrus, Pimentel também se inscreve como pré-candidato

BELO HORIZONTE. O PT mineiro complicou um pouco mais a situação da ex-ministra petista Dilma Rousseff na busca pelos votos do estado para a corrida presidencial. Depois de pelo menos duas semanas de discursos de unidade do partido em Minas, os petistas terão que decidir em prévias qual nome será apresentado como pré-candidato ao governo para, só então, tentar negociar a formação de chapa única com o PMDB do senador Hélio Costa, que também apresentou seu nome para a sucessão estadual.

Ontem, o ex-prefeito de Belo Horizonte e atual coordenador de campanha de Dilma, Fernando Pimentel, se inscreveu como pré-candidato ao governo de Minas pelo PT. Na semana passada, Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, já havia registrado seu nome para disputar o cargo. Ao lado de Pimentel, Patrus e Hélio Costa em Ouro Preto, Dilma chegou a fazer um apelo pelo palanque único no estado.

Depois de registrar-se como pré-candidato, Pimentel disse que ainda tem esperança de chegar a um acordo com Patrus antes das prévias marcadas para 2 de maio e reafirmou a intenção de compor chapa com o PMDB. O diretório nacional do PT afirmou que a realização de prévias nos estados, neste momento, seria inoportuna.

O presidente do PT mineiro, deputado federal Reginaldo Lopes, disse que o ideal seria um acordo, mas afirma que o processo de escolha pelo voto interno também não será traumático.

Não tem critérios que todos aceitem. Mas, se for o caso, faremos uma prévia rápida e cirúrgica afirmou.

Ele ressaltou também que, independentemente de haver ou não acordo internamente, uma possível aliança com o PMDB só será acertada em junho: Está difícil (aliança), mas em política tudo é possível.

Hoje, temos o que oferecer, e o PMDB tem o que nos oferecer também declarou.

Ele se referia à desistência do vice-presidente José Alencar de concorrer ao Senado, o que, segundo Lopes, facilita uma coligação com o PMDB.

Isso porque tanto os partidos aliados ao governo federal quanto os da oposição consideram que uma das duas vagas na Casa será do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que deixou o cargo com aprovação de mais de 70%.

Já o PMDB vê com preocupação a indefinição do PT.

Sem dúvida alguma, se o PT não estiver no nosso palanque, a Dilma terá um prejuízo grande avalia o presidente do diretório peemedebista mineiro, deputado federal Antônio Andrade. Ele diz que, sem um palanque unificado, não tem como confirmar o apoio da militância à candidatura da ex-ministra.

Eu, como presidente, posso pedir voto para ela.

Mas não temos como garantir que o eleitor vai votar e vai pedir voto. Pode achar que o PT está sendo injusto conosco avisou.