Título: Emprego formal foi recorde em março
Autor: Almeida, Cássia; Gomes, Wagner
Fonte: O Globo, 16/04/2010, Economia, p. 27
Lupi diz que valorização salarial explica popularidade de Lula e ajudará na eleição
O número de trabalhadores com carteira assinada bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, com a geração líquida de 657.259 vagas. Um número 19% superior ao até então melhor resultado para o período, registrado em 2008. Entre janeiro e março de 2009, quando a crise financeira internacional ainda fazia estragos no país, o saldo do mercado formal de trabalho foi negativo em 57.751 postos.
Ao divulgar os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, destacou ainda o ganho salarial dos trabalhadores que, segundo ele, é ¿o maior segredo¿ da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
¿ O país não cresce apenas na geração de empregos, mas também cresce bastante, acima da inflação, o valor do salário dos trabalhadores. O maior segredo da aprovação pública do governo Lula é a valorização salarial e, quando a oposição descobrir isso, já terá perdido a eleição ¿ afirmou Lupi.
O salário médio de admissão teve aumento real de 4,37% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, passando de de R$ 782,53 em 2009 para R$ 816,70 em 2010.
Além dos números positivos no trimestre, março também fechou com resultado mensal recorde. Foram criados 266.415 empregos formais, o melhor desempenho para o mês de toda a série, iniciada em 1992. Abril, segundo o ministro da pasta, Carlos Lupi, será recorde absoluto com cerca de 340 mil postos, devido principalmente ao início da safra no Centro-Oeste. O melhor resultado mensal ocorreu em 2007, com 302 mil.
A meta do governo para 2010 é a geração de dois milhões de empregos, faltando, portanto, 1,342 milhão.
Mantega: país não crescerá mais do que 7% este ano Apesar da forte expansão do emprego e das constantes revisões feitas, por analistas do mercado financeiro, sobre o desempenho da economia brasileira este ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem não acreditar que o país crescerá mais do que 7% este ano. Segundo Mantega, essas previsões mais otimistas são divulgadas como uma forma de pressionar por elevação da taxa de juros: ¿ São interessados em subir a taxa de juros e ficam fazendo essas projeções para cima ¿ disse Mantega ontem, durante visita ao Estaleiro STX, em Niterói.
Ele também evitou fazer previsões sobre o comportamento da inflação. Limitou-se a dizer que ficará abaixo dos 5,2% este ano previstos pelo mercado financeiro.