Título: Rosso anuncia auditoria nos contratos de Arruda
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 20/04/2010, O País, p. 5

Novo governador do DF afirma que tentará convencer procurador-geral de que não há mais necessidade de intervenção

BRASÍLIA. O novo governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), tomou posse ontem afirmando que tentará evitar a intervenção, que deverá ser julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal. Ele disse que vai conversar com o procuradorgeral da República, Roberto Gurgel, autor do pedido de intervenção, e com ministros do STF na tentativa de convencê-los de que o quadro institucional em Brasília voltou à normalidade.

Para ajudar, Rosso anunciou auditoria nos contratos firmados por seu antecessor José Roberto Arruda (sem partido) e a divulgação das contas do governo.

Em seu discurso, elegeu a corrupção ¿inimiga número um¿ a ser combatida.

¿ Quero fazer uma visita ao doutor Gurgel para apresentarmos a proposta de governo. Mas não adianta só visitar, temos que fazer muita coisa, como auditorias e um trabalho conjunto com os órgãos de fiscalização e controle ¿ disse Rosso.

O governador afirmou que vai proibir contratações emergenciais sem licitação e que não deixará dívidas para o sucessor.

Disse que só permitirá a continuidade de obras públicas cujos contratos tenham sido firmados dentro da lei.

Rosso tomou posse em cerimônia na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Sábado, ele foi eleito pelos votos de 13 dos 25 deputados. O governador anunciou mudanças no secretariado e disse que terá perfil técnico.

As contas de campanha apresentadas por Rosso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2006, revelam que ele doou quantias expressivas para deputados correligionários locais agora acusados de envolvimento no mensalão do DEM. Foram R$ 208.550 para Benício Tavares, R$ 80 mil para Odilon Aires e R$ 60 mil para Eurides Brito. Os três foram citados por Durval Barbosa como beneficiados pelo pagamento de propina mensal por parte do governo Arruda A contribuição foi incluída nas despesas da campanha de Rosso a deputado federal.

Com 51.013 votos, ele ficou como suplente. Conforme a contabilidade oficial, Rosso arrecadou em 2006 R$ 1.498.080 e gastou R$ 1.498.078. O sogro dele, Roberto Curi, contribuiu com 85% desse total.