Título: Soterradas em denúncias
Autor: Sallum, Samanta
Fonte: Correio Braziliense, 12/06/2009, Cidades, p. 21

Confira as acusações contra as fundações vinculadas à UnB

Fepad

Entre outras irregularidades, a Fundação de Estudos e Pesquisas em Administração e Desenvolvimento foi subcontratada pela UnB para executar um convênio firmado com o GDF: o Programa DF Digital, que oferece cursos de capacitação profissional em informática a comunidades carentes. A Fepad foi usada para burlar licitações públicas. O Correio publicou a denúncia em outubro do ano passado. Cerca de R$ 17 milhões foram usados para pagar empresas e pessoas sem critério de seleção. A Fepad estaria sem credenciamento desde janeiro de 2008, não podendo receber recursos por meio de parcerias com a Universidade de Brasília. O Ministério Público estuda até a extinção da Fepad.

Finatec A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico elegeu nova direção há um mês, depois de ficar um ano sob intervenção judicial. Escândalo envolvendo a entidade levou à renúncia do então reitor da UnB, Timothy Mulholland. O Ministério Público do DF começou a investigar a Finatec em 2007. Denunciou o desvirtuamento das atividades da entidade e irregularidades em diversos contratos com a administração pública. As denúncias levaram ao afastamento dos cinco diretores no início de 2008. Os luxuosos objetos da cobertura em que o reitor vivia foram comprados com recursos da Finatec. Foram gastos R$ 470 mil para mobiliar o apartamento funcional na Asa Norte onde Mulholland morava. Dinheiro que deveria ser destinado à pesquisa científica, mas que acabou usado em artigos como uma lixeira de R$ 1 mil.

Fubra Ex-dirigentes da Fundação Universitária de Brasília respondem à ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Procuradoria da República no DF. Entre as irregularidades, está a execução de obras repassadas pela UnB cujos recursos eram públicos. A Fubra também era usada como fornecedora de mão de obra para UnB em diversos setores administrativos. Na ação, o MP aponta que ¿critérios obscuros¿ fizerem a universidade repassar milhões à Fubra em projetos que não estavam relacionados à pesquisa. A CGU também mandou a Fubra recentemente devolver à União uma série de bens adquiridos por meio de convênios firmados entre a entidade e órgãos federais. A destinação de dinheiro público para tais bens foi considerada ilegal como caminhonetes Mitsubishi avaliadas em R$ 77 mil cada. As caminhonetes foram compradas pelo convênio com a Funasa de apoio à comunidade Kalunga, no interior de Goiás, mas havia a suspeita de que eram usadas para fins particulares.