Título: Uma gestão marcada pela discrição
Autor:
Fonte: O Globo, 02/05/2010, O País, p. 16

Poucas declarações de Peluso à imprensa BRASÍLIA. Na primeira semana à frente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Cezar Peluso mostrou que a discrição será sua marca no cargo. Após a posse, ele não deu entrevista.

Nas duas sessões que presidiu, fez poucos e breves comentários. E fechou a porta principal de acesso dos ministros ao plenário. Dessa forma, eles ficam obrigados a entrar pelo subsolo e evitam contato com jornalistas.

As duas sessões da última semana foram destinadas ao julgamento de uma ação que questionava a abrangência da Lei de Anistia, de 1979. Peluso interferiu de forma enfática, mas curta, quando o ministro Ricardo Lewandowski defendeu que torturadores sejam processados. Ao fim do julgamento, seu voto expressou que pretende atribuir ao tribunal um perfil técnico, e não político. Na assessoria de imprensa do STF, a ordem é: serão divulgadas apenas notícias de alta relevância.

A interlocutores, o ministro chegou a dizer que não gostaria de ver os julgamentos de plenário transmitidos ao vivo pela TV Justiça. Para ele, atrapalha a imagem da Corte a veiculação das discussões acirradas entre os ministros. No entanto, aconselhado por colegas e assessores, ele desistiu da ideia de editar as sessões antes de transmiti-las.