Título: No começo, um estudo
Autor: Fleck, Isabel
Fonte: Correio Braziliense, 16/06/2009, Mundo, p. 22

Em 2001, o economista Jim O\"Neill, chefe da área de pesquisa econômica global do banco de investimentos Goldman Sachs, percebeu que Brasil, Rússia, Índia e China se assemelhavam no alto potencial de crescimento. Batizou o ¿grupo¿ em seu estudo ¿Sonhando com o Bric: o caminho para 2050¿. Desde então, o mundo observa com mais atenção esses países. Segundo estimativas da Goldman Sachs, as quatro economias juntas superariam, em 2050, a somas das economias dos atuais países ricos ¿ que formam o G7. Recentemente, no entanto, o ¿pai dos Brics¿ anunciou que isso pode ocorrer em menos de duas décadas.

De acordo com O¿Neil, a economia da China vai ultrapassar a dos Estados Unidos já em 2027, por conta de um crescimento da China, ao longo dos últimos anos, muito superior ao esperado quando as primeiras projeções foram feitas. Nos próximos anos, o crescimento não será tão grande, mas a média ainda assim será alta ¿ 5,2% entre 2011 e 2050. Na Índia, a estimativa é de 6,3%, e na Rússia, 2,8%. ¿Apenas o Brasil vai precisar crescer com mais força do que até agora¿, diz O¿Neil, em referência à média de 4,3% prevista para o país nas próximas quatro décadas. O G7, porém, terá um crescimento ainda inferior: apenas 1,6% entre 2011 e 2050.

Apesar do sucesso da sigla, há quem questione o conceito do grupo. Como o termo foi praticamente imposto por um estudo do Goldman Sachs, os líderes dos quatro viram-se quase no compromisso de estabelecer um fórum de discussões. O primeiro encontro entre representantes dos países, no entanto, só ocorreu em 2006, quando os chanceleres se reuniram para falar sobre interesses comuns. Desde então, ministros de Finanças, vice-ministros e até os chefes de Estado já se encontraram, mas à margem de outras cúpulas e da Assembleia Geral da ONU. (IF)