Título: PT processa DEM por uso de papel timbrado da Câmara para atacar Dilma
Autor: Lima, Maria ; Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 08/05/2010, O País, p. 12
Paulo Bornhausen devolveu ao Tesouro valor gasto para distribuir ofícios
BRASÍLIA. O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PT-PR), anunciou ontem que seu partido processará o DEM por uso de papel timbrado da Câmara para enviar ofício a parlamentares aliados, com instruções de como atacar e reagir a ataques da pré-candidatura de Dilma Rousseff. Alguns documentos enviados a aliados do pré-candidato tucano, José Serra (PSDB), foram parar nas mãos de deputados petistas, que denunciaram uso indevido da estrutura da Câmara para o que chamaram de propaganda indevida.
¿ Esse tipo de atitude desqualifica a política e mostra que a oposição está jogando sujo, embora queira mostrar uma postura supostamente light de Serra ¿ disse André Vargas.
O secretário denunciou ainda o uso da estrutura da Câmara por dois servidores de dois gabinetes, da liderança do DEM e do PP, para repassar por e-mail funcional mensagens com ataques à pré-candidata petista. Os dois servidores serão afastados pelas lideranças.
¿ Um aspecto grave é que o DEM mandou a gabinetes material que veio do QG de campanha de Serra, com orientação para a bancada oposicionista na Câmara ¿ reclamou Vargas.
Os ofícios timbrados, como antecipou quinta-feira a coluna Panorama Político, do GLOBO, foram assinados pelo líder do DEM, Paulo Bornhausen (SC), com orientação de que parlamentares da oposição o usassem em discursos e entrevistas.
O líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), pediu abertura de sindicância ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Paulo Bornhausen já se prontificou a devolver aos cofres do Tesouro o valor gasto com papel para distribuição dos ofícios. O valor foi estimado em R$ 237,33.
Também na quinta-feira, o 2ovice-presidente e corregedor da Câmara, ACM Neto (DEM-BA), demitiu um funcionário do gabinete que divulgou na internet mensagens ofensivas a Dilma Rousseff.