Título: Justiça Federal nega habeas corpus para Li Kwok Kuen
Autor: Maltchik, Roberto
Fonte: O Globo, 12/05/2010, O País, p. 3

Procuradora argumenta que, solto, acusado poderia tentar fugir do país

SÃO PAULO. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 3° Região negou ontem pedido de habeas corpus ao chinês Li Kwok Kuen, o Paulo Li, tido como um dos maiores contrabandistas do país. Preso desde setembro de 2009, Li é acusado de chefiar uma das maiores organizações voltadas à importação irregular de eletroeletrônicos da China para o Brasil. Por unanimidade, os desembargadores acolheram os argumentos da procuradora regional Luiza Cristina Frischeisen, que requereu a manutenção da prisão preventiva, decretada durante a operação Wéi Jin, da PF.

Se colocado em liberdade, o paciente (Li) provavelmente voltará a vulnerar a ordem pública, pois dará continuidade às atividades de descaminho, já que se trata do chefe da organização criminosa que coordena e controla todas as atividades, disse a procuradora, em documento encaminhado para apreciação no TRF.

Paulo Li teria estreitas relações com Tuma Júnior. Gravações telefônicas e e-mails interceptados pela PF durante investigação ligam o secretário a Paulo Li. A relação entre eles foi mapeada ao longo dos seis meses da investigação. Li foi preso, com mais 13 pessoas, sob a acusação de comandar quadrilha de contrabando de telefones celulares falsificados. Ao ser preso, ele teria telefonado para Tuma Jr. na frente dos policiais.

A procuradora teme que a influência do contrabandista possa prejudicar o andamento do processo: Pelas condições pessoais do acusado, verificase que este possui somas financeiras bem como contatos internacionais que lhe permitiriam, se posto em liberdade, empreender fuga.