Título: Quem está aposentado não seria atingido
Autor: Doca, Geraldo
Fonte: O Globo, 16/05/2010, O País, p. 4

Como fazer esses ajustes?

GIAMBIAGI: Isso só poderá ser aprovado se houver uma entendimento pluripartidário. Ou seja, entre as principais forças políticas no país que se revezaram no governo e na oposição nos últimos 15 anos. Se houver uma radicalização em relação à matéria, é muito difícil aprovar, para não dizer impossível.

Por que a sua proposta pode ser viável?

GIAMBIAGI: Pela nossa proposta, a reforma se dividiria em três grupos: quem já está aposentado e tem todos os direitos adquiridos não seria atingido; aqueles que ingressarem no mercado de trabalho enfrentariam regras mais rígidas de aposentadoria porque vão viver muito mais. Para as pessoas que já estão no mercado, defendemos que não é correto dar o mesmo tratamento àquele que está a pouco tempo da aposentadoria e àquele que começou a trabalhar um dia antes da reforma. Parece-nos uma proposta que pode ser defendida por qualquer presidente da República, olhando nos olhos do eleitor.

Lula deve vetar o reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham acima do mínimo?

GIAMBIAGI: Aumentar esse benefício não combate a pobreza.

Se você quer combater a pobreza, você precisa colocar os recursos nas mãos das pessoas que são efetivamente mais pobres.

Mas, essa é uma política que beneficia 25 milhões de pessoas e não é preciso ser especialista para ver os benefícios eleitorais da medida.