Título: Reforço na fiscalização
Autor: Sallum, Samanta
Fonte: Correio Braziliense, 18/06/2009, Política, p. 13

O reitor da Universidade de Brasília (UnB), José Geraldo de Sousa Júnior, que assumiu o cargo no fim de 2008, concorda com a instauração da auditoria do TCU para investigar as contratações. ¿É mais uma medida de fiscalização que se soma aos esforços para identificar e sanar as irregularidades¿, afirma. O reitor explica que a universidade já vem tomando medidas para legalizar a situação das contratações irregulares como o termo de conciliação que assinou com o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Segundo o reitor, por trás do grande volume de gastos com pessoa física fora do quadro dos concursados está um ¿modelo de gestão de pessoal para universidades públicas que se esgotou¿. As instituições têm demandas cada vez maiores e houve a suspensão de realização de concursos no passado. E as últimas autorizações de contratação pelo governo federal foram insuficientes para repor a defasagem do quadro de pessoal das universidades.

¿Por isso, nós reitores estamos discutindo com o governo federal uma série de medidas como, por exemplo, a autorização de abertura de concursos públicos para contratações temporárias, o que tornaria o processo de reposição de pessoal mais ágil¿, explica José Geraldo. Isso evitaria que vagas de aposentados ficassem ociosas por longo período.

Somente o Hospital Universitário de Brasília (HUB) tem mais de mil funcionários em situação irregular. Sem eles, não teria condições de funcionar. ¿Essas contratações foram realizadas no passado como forma de atender a situação emergencial da saúde pública¿, diz o reitor da UnB.

Cespe De acordo com José Geraldo de Sousa Júnior, os desvios devem, sim, ser investigados e punidos. O Cespe é apontado como foco desses desvios pela CGU. Foi identificado que a ex-diretora do Cespe Romilda Macarini manteve 23 parentes contratados como prestadores de serviço. ¿Hoje isso não é mais possível. Há uma norma antinepotismo¿, destaca. O atual diretor do Cespe, Joaquim Neto, ressalta que, pelo perfil de atuação da entidade, as contratações de pessoa física são necessárias. ¿Organizamos grandes eventos em nível nacional como, por exemplo, o Enem. Foram 140 mil pessoas contratadas no país para realizar esse serviço¿, explica. (SS)