Título: Vereador está preso, mas não tem condenação
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 21/05/2010, O País, p. 4

Alguns políticos do Rio - alvos de processos no Tribunal de Justiça do Rio, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região e no Tribunal Regional Eleitoral - não têm por que se preocupar com o projeto Ficha Limpa. Na Câmara de Vereadores, por exemplo, o vereador Cristiano Girão (PMN) foi preso no fim de 2009 por suspeitas de envolvimento com milícias, e condenado pelo TRE-RJ ao pagamento de multa por ter as contas da campanha de 2008 desaprovadas por unanimidade. Ele está respondendo a processo por envolvimento com as milícias, mas ainda não tem condenações e está fora do alcance do Ficha Limpa.

Condenados no processo AG Nª 7236 por crimes eleitorais pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ex-governadora Rosinha Garotinho, atual prefeita de Campos, e seu marido, Anthony Garotinho, pré-candidato ao governo do estado pelo PR, apenas receberam multa de 100 mil Ufirs (R$193.820). Também estão fora das punições previstas no Ficha Limpa.

Entre os parlamentares, apenas um caso poderia suscitar dúvidas se poderia ser ou não enquadrado: o do deputado federal Rogério Lisboa, presidente regional do DEM, que tem condenação em segunda instância, segundo o TJ-RJ. Acusado de empregar um assessor que atuou como cabo eleitoral, foi punido por improbidade administrativa, condenado a ressarcir os cofres públicos e perder os direitos políticos. Na apelação, os desembargadores mantiveram a condenação, mas restituíram-lhe os direitos políticos.