Título: Serra investe no PMDB e no PP gaúchos
Autor: Barreto, Clarissa
Fonte: O Globo, 21/05/2010, O País, p. 14

Presidenciável tucano volta a se reunir com líderes dos dois partidos no estado para tentar acelerar alianças

PORTO ALEGRE. Em cinco horas em Porto Alegre, o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, conseguiu acelerar ontem um acordo com o PP gaúcho e angariou simpatias no PMDB, depois de reunião com a bancada peemedebista na Assembleia Legislativa. Marcado na quarta-feira pelo próprio Serra e articulado pelo deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), o encontro reuniu sete dos nove deputados estaduais do PMDB, além de um suplente - os ausentes alegaram viagens pelo interior do estado. Embora não admitam oficialmente que a legenda apoia a pré-candidatura de Serra, os peemedebistas não negam que são mais próximos do tucano que da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff - cujo vice deverá ser o presidente nacional do PMDB, Michel Temer. O líder da bancada do PMDB no Legislativo, Gilberto Capoani, um dos organizadores do encontro, disse que os deputados "expressaram simpatia" pela candidatura do tucano: - Serra não chegou atropelando, ele é um político muito habilidoso. Disse que queria estreitar relações com os deputados do PMDB. E os deputados expressaram simpatia pela candidatura de Serra. Ainda defendemos a candidatura própria do PMDB, mas ela está cada vez mais distante, e, se não se confirmar, teremos que procurar outro caminho. A Executiva sinalizou Temer como vice de Dilma, mas ela não conta com a simpatia do PMDB do Rio Grande - disse Capoani. O deputado federal Osmar Terra disse que não aceita críticas às suas ações. - Foi o próprio Serra quem me pediu a aproximação. A Executiva nacional tomou a decisão (de indicar Temer) sem ouvir nenhum diretório. Serra deu a entender que terá o apoio tanto da tucana Yeda Crusius como do peemedebista José Fogaça, que disputarão o governo do estado - com ela tentando a reeleição. - Eu tenho uma afinidade muito especial com o PMDB no Rio Grande do Sul, desde que voltei do exílio. E é natural que em uma campanha política a gente procure ficar próximo de quem tem afinidade. Aqui, prevejo mais de um aliado do ponto de vista da disputa estadual, mas uma unidade comum em torno da candidatura a presidente é natural. Foi assim também em 2002 aqui no Rio Grande do Sul e provavelmente vai ser algo semelhante agora.