Título: Ação em alta e injeção de recursos
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 30/05/2010, Economia, p. 29

União detém diretamente ações minoritárias em 54 empresas

A valorização das ações das estatais nos últimos anos é a principal razão para o aumento em R$ 61 bilhões nas participações societárias do governo desde 2005. Mas outra parcela deve-se à injeção de recursos públicos nessas empresas. Cinco anos atrás, de segundo a ONG Contas Abertas, o governo tinha R$ 119 bilhões em participações societárias.

Em 2010, esse valor chegou a R$ 180 bilhões. Dessas, as da Petrobras deram um salto de 111%, de R$ 24,9 bilhões para R$ 52,6 bilhões.

As do Banco do Brasil (BB) cresceram 82% e as da Caixa, 97%.

¿ Não aumentamos nossa participação nessas empresas. Foram elas que tiveram suas ações valorizadas no período ¿ explica o secretário adjunto do Tesouro, André Paiva.

A contabilidade do Tesouro sobre suas participações difere do método do Contas Abertas. Enquanto este, via Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do Ministério da Fazenda, considera o valor de mercado das ações, o governo adota o valor do capital social das suas ações depositadas. Por isso, registra a participação na Petrobras em R$ 25,3 bilhões, em dezembro de 2009. Paiva também questiona a informação de que o governo teria recursos a integralizar em empresas privadas. Para ele, a denominação usada pelo Contas Abertas está tecnicamente equivocada e o Tesouro só tem alocado recursos em empresas públicas.

O balanço de 2009 contabiliza aumentos de capital de R$ 13,79 bilhões.

No BB, o governo contabilizou R$ 4,787 bilhões por incorporação de reservas e compra do Nossa Caixa. No BNDES, foram R$ 6,381 bilhões, advindo da capitalização com ações e lucros de 2007. Segundo o Tesouro, a União detém diretamente ações minoritárias em 54 empresas. (G.P.)