Título: Na campanha, advogados pagos a peso de ouro
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 30/05/2010, O País, p. 11

Contratos para equipe jurídica oscilam entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões por trabalho que dura seis meses

Para enfrentar a guerra travada na Justiça Eleitoral desde o início do ano, PT e PSDB estão escudados por verdadeiros bunkers jurídicos para livrar seus presidenciáveis de grandes enrascadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São advogados renomados no meio jurídico e muito bem pagos para a tarefa. Uma equipe que atende a um presidenciável pode fechar um contrato entre R$ 2 milhões a R$ 3 milhões para um período de seis meses. A dedicação é exclusiva, 24 horas por dia atentos aos despachos e decisões de sete ministros da Corte e do Ministério Público Eleitoral.

A equipe tucana está mais azeitada, pois atua em conjunto desde a campanha de 2002. Até agora são oito advogados, com experiência de anos em direito eleitoral. Em Brasília está o exministro do TSE José Eduardo Alckmin e sua equipe. Em São Paulo, fica Ricardo Penteado, advogado de confiança de Serra nas eleições, que tem ao lado Arnaldo Malheiros, ex-diretor geral do TRE de São Paulo.

O time petista perdeu fôlego com a saída de Antonio Dias Toffoli, que ocupou a vaga da Advocacia-Geral da União (AGU) e, recentemente, foi indicado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Também deixou a equipe sua mulher, Roberta Rangel. Experiente e conhecido pelos ministros do TSE, o principal advogado do PT, Márcio Silva, tenta reestruturar a equipe.

Disposto a garantir apoio de peso à campanha de Dilma, em março deste ano o presidente Lula convocou o amigo e ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. De notoriedade indiscutível, Thomaz Bastos é visto no TSE nas posses dos ministros.

Ele próprio, indagado sobre o papel de coordenar a defesa de Dilma, minimizou, afirmando que seria ¿um consultor¿, mas na linha de frente estariam Márcio Silva, o secretáriogeral do PT, José Eduardo Cardozo, e Pierpaolo Bottini, sem vivência no TSE.