Título: Mercadante tenta escolher logo seu vice em SP
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Fonte: O Globo, 30/05/2010, O País, p. 10

Após ultimato, PDT formaliza amanhã indicação para vaga

O PT paulista começa a semana com a tarefa de pôr fim à indefinição sobre quem será o número dois na chapa do pré-candidato petista ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante. O partido está diante do ultimato dado por um de seus principais aliados, o PDT, que ameaça romper a aliança caso os petistas recusem mais uma vez a indicação de um pedetista para vice. O PT quer evitar desgastes no estado, principalmente por saber do favoritismo do lado adversário.

A situação do partido do presidente Lula na corrida paulista é difícil. Pesquisa Datafolha divulgada em março indica vitória no primeiro turno de Geraldo Alckmin (PSDB), com 52% dos votos, contra 13% de Mercadante.

Por isso, a preocupação em encerrar logo o caso.

¿ Temos de resolver com calma, mas rápido. Senão, vamos ficar como o Serra ¿ disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, ironizando a crise na campanha do presidenciável tucano para escolha do vice.

A coordenação da campanha de Mercadante e os partidos aliados se reúnem amanhã na capital paulista. No encontro, o PDT deverá formalizar sua indicação para vice: major Olímpio Gomes, deputado estadual e oficial da PM. É pouco provável que no mesmo dia o nome dele seja confirmado, porque, diz o PT, é preciso ouvir os aliados. Há resistência de parte dos petistas quanto ao policial. Mas a coordenação da campanha considera certa a presença dele na chapa.

¿ A posição do PT sempre foi de que o vice seria indicado pelo PDT. A indicação do major tem todas as chances de ser aprovada. Não temos veto a ele ¿ disse o coordenador da campanha petista, Edinho da Silva.

Semana passada, porém, o nome do senador Eduardo Suplicy (PT) foi dado como opção a vice.

A iniciativa provocou reação dos pedetistas. O presidente da sigla no estado, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, exigiu a vaga e ameaçou deixar a coligação. Após muita conversa, no fim da semana o clima já era mais calmo. Lideranças do PDT tiveram o compromisso de Mercadante de que o vice será do partido.

Mas há problemas hoje também no PDT. O partido está rachado e não há consenso em torno do nome de major Olímpio.

Paulinho defende o deputado.

Mas a ala liderada pelo prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, quer um ex-secretário do seu governo, Carlos Henrique Pinto. O PT escalou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), para tentar convencer o prefeito a desistir.

Parte do PT aposta na entrada de major Olímpio para atrair os policiais e a classe média mais conservadora. Com um oficial da PM como vice, Mercadante espera levar a segurança pública à pauta da eleição. O assunto é desgastante para os tucanos.