Título: Mais incentivos
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Fonte: Correio Braziliense, 20/06/2009, Economia, p. 24

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, prevê que o conjunto de medidas de incentivo ao setor de bens de capital saia no início da semana que vem. Ele disse, porém, que as medidas ainda estão sendo discutidas com o Ministério da Fazenda. De acordo com o executivo, uma desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ¿é difícil, porque com os estados é um processo mais complicado¿. No entanto, ele também observou que existe sensibilidade por parte dos estados para ¿um tratamento mais leve do ICMS sobre bens de capital¿.

Coutinho acredita que o PIB deste ano fique perto de 1% ¿ou um pouquinho abaixo, mas no ano que vem certamente vamos crescer 4%¿. Ele defendeu a continuidade de estímulos e políticas para consolidar a recuperação da economia brasileira e afirmou que o setor de bens de capital está em um vale, mas mostra boas perspectivas para 2010.

O dirigente do BNDES prevê que no último trimestre de 2009 a utilização da capacidade instalada da indústria de transformação ¿vá estar chegando a 81%¿. Ele acredita também que o cenário vai melhorar no ano que vem, levando a uma retomada dos investimentos. Ele afirmou que há expansão de investimentos em setores como petróleo e gás e energia. Para ele, alguns fabricantes de bens de capital deveriam converter parte de sua produção a esses setores.

O executivo vê boas perspectivas também para os bens de capital para agricultura. O secretário de planejamento do Rio de Janeiro, Sérgio Ruy Barbosa, afirmou que o Rio de Janeiro já desonerou o ICMS sobre bens de capital no fim do ano passado e que os estados de São Paulo e Minas Gerais também já tomaram providências em relação a isso.

Frigoríficos O BNDES está tentando criar sistemas de rastreabilidade para acompanhar toda a cadeia dos frigoríficos. Ele ressaltou que sua maior preocupação não é com os grandes frigoríficos, mas com os informais. ¿Os grandes a gente sabe quais são. Podemos influir. O que me preocupa é a enorme quantidade de empreendimentos informais e matadouros clandestinos¿, afirmou Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Ele sugeriu aos secretários que um programa de matadouros municipais com boas condições sanitárias seria positivo para a população.