Título: Na Bahia, besouro urbano
Autor: Lins, Letícia
Fonte: O Globo, 04/06/2010, O País, p. 12

Especialistas testam tratamento com células-tronco

SALVADOR. A Bahia não registra casos da doença de Chagas há quatro anos, mas a situação no estado não é tranquila. Novos tipos de barbeiro, o besouro transmissor da doença, estão sendo encontrados até na Avenida Paralela, via expressa movimentada da capital baiana. A região tem área remanescente de mata atlântica, e a ocupação desordenada acabou levando o inseto para a área urbana.

Segundo a coordenadora de Agravos da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do estado, Isabel Xavier, houve redução de casos graças ao trabalho de melhora das casas de risco. Em 2006, quando foram notificados 13 casos da doença com duas mortes, constatou-se que os moradores mais atingidos moravam em casas de barro ¿ onde o inseto encontra espaços para se abrigar.

A Bahia é pioneira na busca de um novo tratamento para a doença: a terapia com células-tronco. O projeto tem à frente o médico Ricardo Ribeiro, coordenador nacional do Programa de Terapia Celular em Doença de Chagas, que há 7 anos estuda a eficácia da reparação do músculo cardíaco (que sofre lesões irreversíveis) através da atuação de células-tronco.

Na primeira fase das pesquisas (capitaneada pelo Hospital Particular Santa Izabel, em Salvador, e pela unidade local da Fundação Oswaldo Cruz) foram feitos experimentos com 30 pacientes. De posse dos resultados, o Ministério da Saúde financiou a segunda fase do projeto. A terceira fase dos estudos deve começar em 2011.

Da Agência A Tarde