Título: Jornais são lidos por 46% da população do país
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Fonte: O Globo, 17/06/2010, Economia, p. 22

Mesma proporção usa a internet, diz pesquisa da Secom. Televisão atinge 96% dos brasileiros e rádio, 80%

BRASÍLIA. Os jornais de circulação diária são lidos por 46,1% da população brasileira. Entre esse grupo, 24,7% leem diariamente e 30,4% um dia por semana, em média. Essas foram algumas das constatações da pesquisa "Hábitos de informação e formação de opinião da população brasileira", encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). A pesquisa aponta ainda que a internet segue crescendo e já é utilizada por 46,1% da população. Os internautas brasileiros navegam, em média, 16,4 horas por semana.

Encomendada para que o governo tivesse conhecimento de como a população consome produtos de comunicação, "para direcionar os esforços de comunicação dos programas e políticas públicas", a pesquisa mostra que a maior parte da população utiliza os meios eletrônicos como fonte de informação. A televisão é assistida por 96,6% dos brasileiros e o rádio, por 80,3%. As revistas são lidas por 34,9% da população. Foram ouvidas 12 mil pessoas em 639 cidades das cinco regiões do país.

O nível de renda do entrevistado tem relação direta com os resultados. "Pessoas mais cultas e de maior poder financeiro leem mais jornais e revistas, assim como desenvolvem em maior intensidade o hábito de leitura de livros em geral", diz o levantamento.

No caso da internet, aqueles que têm nível superior navegam em média 21 horas por semana, média que atinge 23,4 horas entre os internautas de famílias com renda superior a dez salários mínimos.

Entre os entrevistados, constatou-se que o nível de informação e acompanhamento de notícias apresenta diferenças entre os níveis de renda. Na faixa de até dois salários mínimos, apenas 4,9% dos entrevistados se consideram muito informados, e 15,6% afirmaram acompanhar muito as notícias em geral. Já na faixa de renda acima de dez salários mínimos, 14,4% se consideram muito informados, e 34,3% afirmam acompanhar muito o noticiário.

Os pesquisadores descobriram que assuntos sobre o governo ou política não fazem parte de conversas do cotidiano da maior parte da população (57,2%). Mas concluíram que há um público de "alta predisposição e intensidade de consumo de meios de comunicação". Este é formado por pessoas que costumam ler jornal diariamente, ou têm pelo menos o hábito de ler alguma revista, ouvir rádio e assistir televisão entre uma e duas horas diárias - dando prioridade à programação de notícias. Esse público é também internauta.

"Dos entrevistados com renda superior a dez salários mínimos, 53,7% disseram que conversam sobre política ou sobre o governo, enquanto dos entrevistados com renda menor de dois salários mínimos, essa proporção decresce para 38,2%", informa o estudo.

Bonner, do "JN", é o apresentador mais confiável

Apenas uma minoria (23,2%) se lembrava de alguma propaganda do governo federal no momento da pesquisa. Os meios de comunicação foram apontados como as principais fontes de informação sobre o Executivo. O estudo alerta, porém, que a maioria desconfia da isenção e da imparcialidade dos meios de comunicação e considera incompletas as informações por eles veiculadas.

A pesquisa mostra também que a dupla de apresentadores do "Jornal Nacional" lidera o ranking de comunicadores mais confiáveis do país. Para 34% dos entrevistados, William Bonner é o apresentador mais confiável. Fátima Bernardes vem em segundo lugar, com 18%. Em terceiro encontra-se Boris Casoy, da Rede Bandeirantes, com 4%.