Título: Quatro países em cinco dias
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Fonte: O Globo, 15/06/2010, O País, p. 9

Petista chega hoje a Paris, onde será recebida por Sarkozy

SÃO PAULO e PARIS. A candidata petista, Dilma Rousseff, inicia hoje seu tour europeu. Dilma se reúne nos próximos quatro dias com os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso; e os primeiros-ministros da Espanha, José Luis Zapatero, e de Portugal, José Sócrates.

A petista deve contar com o apoio das embaixadas brasileiras na França, na Bélgica, na Espanha e em Portugal, já que se encontrará, em caráter oficial, com os líderes dos países. Será acompanhada pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), um de seus coordenadores de campanha.

- Para nós, é uma oportunidade importante falar com quatro lideranças europeias. Dentro do governo, tive vários momentos com cada um deles. Será muito bom, caso seja eleita, que essas relações comecem agora - disse Dilma ontem, à Rádio Jovem Pan.

A assessoria do Itamaraty esclareceu que cada embaixador tem autonomia de gestão em seus postos diplomáticos, no que se refere à disponibilização de apoio de pessoal ou logístico. Em tese, essa ajuda está disponível a qualquer brasileiro que tenha compromissos oficiais com os governos visitados. O PT afirma que custeia todas as suas despesas de campanha. É a segunda viagem internacional de Dilma nesse período. Ela esteve em Nova York há três semanas, em evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Pelo menos num caso - a reunião com Durão Barroso - ela não irá como "convidada", como anunciaram seus assessores: a agenda foi aberta a pedido dela, segundo uma porta-voz de Barroso.

Já os franceses vão dar quase tratamento de chefe de Estado a ela: o encontro com Sarkozy poderá durar uma hora. Dilma desembarca hoje em Paris e ficará no hotel Champs Elysées Plaza, com diárias entre 390 e 890. Seu único compromisso do dia será assistir à estreia do Brasil na Copa. O encontro com Sarkozy é no dia seguinte, às 17h. Dilma não escapará de um tema crucial para os franceses: a venda para o Brasil dos caças Rafale, fabricados pela empresa Dassault. Outro tema provável é o Irã. Ao contrário do Brasil, França votou a afavor das novas sanções contra o Irã. Sarkozy, porém, dirá a Dilma que os franceses apreciaram os esforços do presidente Lula para obter um acordo. Mas dirá também quantas vezes a França tentou negociar com o Irã "e se decepcionou".

Após Paris, Dilma parte para Bruxelas, onde chega num dia complicado: a reunião da UE sobre a crise do bloco. Na sexta, seguirá para a Espanha, encerrando a visita no sábado em Portugal, com um encontro com o primeiro-ministro, José Sócrates.