Título: Equipe econômica critica mínimo maior
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 24/06/2010, O País, p. 9

BRASÍLIA. O governo reagiu ontem à proposta do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2011 (LDO), senador Tião Viana (PT-AC), de mudar a regra de cálculo do salário mínimo para 2011, a fim de garantir um aumento real. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, criticou a proposta, e a equipe econômica orientou os líderes a derrubar o dispositivo, retomando a regra atual (inflação mais 100% do PIB de dois anos anteriores), na votação final do parecer, publicado ontem.

O parecer de Viana já causou pressão dos sindicalistas por um aumento maior do salário mínimo em 2011.

A ideia do governo é deixar para o presidente Lula, em acordo com seu sucessor, decidir em dezembro o novo valor. Isso daria dividendos políticos, com a concessão de um aumento acima do previsto: derrotado ou vitorioso na eleição, Lula teria uma ação positiva nessa área, às vésperas de deixar o poder.

Em nota, a Força Sindical afirmou que quer mais do que o aumento real de 2,47% garantido na proposta da LDO. Como O GLOBO antecipou, Viana propôs nova regra para o cálculo do benefício em 2011, elevando o valor para cerca de R$ 550 em janeiro, contra R$ 535,91 previstos no texto original da LDO. Ele estabeleceu que o reajuste real do salário mínimo ¿não será inferior à média da variação real do PIB em 2008 e 2009¿.

Pela regra atual, os trabalhadores podem ficar sem ganho real em 2011, porque seria adotado o PIB de 2009, ano em que economia teve crescimento negativo de 0,2% do PIB.

Representante do governo na Comissão Mista de Orçamento, o vice-líder do governo no Congresso, deputado Gilmar Machado (PT-MG), já comunicou a Tião Viana a reação governista.

¿ O governo vai manter a sua postura (na votação), que é a de manter a regra atual