Título: Governo ameaça ampliar cortes no Orçamento
Autor: Jungblut, Cristiane; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 22/06/2010, O País, p. 9

Líder da base diz que redução na liberação de emendas não será suficiente, se novas despesas forem aprovadas

BRASÍLIA. O governo reagiu ontem à pressão pela aprovação, no Congresso Nacional, de mais projetos que aumentem os gastos públicos, como o reajuste do Poder Judiciário ¿ já aprovado em uma comissão da Câmara ¿ e o fim da contribuição dos servidores civis inativos (aposentados), previsto em uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC).

O parecer dessa PEC pode ser votado em comissão especial na próxima semana.

Enquanto o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, avisou que novos gastos seriam compensados com mais cortes em emendas parlamentares, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), foi mais realista: disse que os recursos das emendas parlamentares seriam insuficientes para bancar todos essas bondades do ano eleitoral.

¿ Se for juntar todas as propostas de gastos que há por aí, não tem emenda parlamentar que chegue, não sei nem se tem orçamento que cubra. Se juntar o fim do fator previdenciário, o fim da cobrança dos inativos, todas as emendas constitucionais, como a PEC 300 (que beneficia policiais civis, militares e bombeiros), seriam necessários dois ¿Brasis¿ e cinco camadas de pré-sal ¿ disse Vaccarezza, afirmando que Padilha não ameaçou os parlamentares.

Segundo Padilha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionará aqueles gastos com previsão orçamentária, como o reajuste dos servidores do Senado, cujo impacto já está no Orçamento.

¿ O que era previsto, já tinha previsão orçamentária, a tendência é que seja sancionado.

Foi assim em relação à Câmara (ao reajuste dos funcionários da Casa, sancionado na semana passada e que já tinha previsão no Orçamento) ¿ disse Padilha, após reunião de coordenação com outros ministros e o presidente Lula