Título: Avanço é como uma onda, diz ministro
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 02/07/2010, O País, p. 17

"Você não sai do pântano se erguendo pelos cabelos"

BRASÍLIA. Ao divulgar os resultados do Ideb, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o avanço educacional é como uma onda: quem primeiro colhe os benefícios da arrancada são as crianças. À medida que crescem e passam de ano, elas aumentam as médias nas séries finais e no ensino médio.

- Você não consegue sair do pântano se erguendo pelos próprios cabelos - afirmou o ministro. - Vínhamos de um período de recessão educacional, de queda de desempenho.

O Ideb foi calculado pela primeira vez em 2005. Naquele ano, o índice das séries iniciais ficou em 3,8. Ou seja, subiu 0,8 ponto até 2009. Nas séries finais, a variação foi de 3,5, em 2005, para 4, em 2009 (mais 0,5). No ensino médio, de 3,4 para 3,6 (mais 0,2), o avanço menos expressivo.

Entusiasmado com o avanço nas séries iniciais, Haddad comentou que, mantido esse ritmo, seria possível antecipar em quatro ou cinco anos a meta de 2021. Ele reconheceu, porém, que é improvável que esse ritmo se mantenha. Segundo ele, depois que o país atingir a média 5, será cada vez mais difícil aumentar o Ideb. Por outro lado, o ministro afirmou que a velocidade de melhoria nas séries finais e no ensino médio tende a crescer, quando os atuais alunos das séries iniciais chegarem lá.

Haddad disse que recomendará ao próximo governo que reveja para cima as metas bienais para escolas, municípios e estados. O objetivo é evitar acomodação. Ele disse ser contra mexer nas metas nacionais antes da avaliação de 2011.