Título: Eu não sou o Collor. Sou jovem, mas diferente
Autor: Vasconcelos, Adriana; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 01/07/2010, O País, p. 3

INDIO DA COSTA

BRASÍLIA. Aos 39 anos e exercendo seu primeiro mandato como deputado federal, Indio da Costa (DEM-RJ) é visto com uma certa desconfiança por parte dos tucanos, por causa da sua pouca experiência e juventude, mas promete mobilizar a população do Rio, especialmente os jovens, para reduzir a desvantagem de José Serra na disputa.

O que representa para o Rio ter um candidato a vice-presidente?

INDIO DA COSTA. Há muitos anos o Rio tem baixa representatividade no cenário nacional. Representa muito orgulho para todo mundo fazer parte de um projeto nacional, e sério. Serra se preparou a vida toda para ser presidente da República.

A escolha do vice abriu uma crise entre o PSDB e o DEM nos últimos dias. Ficam sequelas?

INDIO. O Democratas vai absolutamente unido. Eu recebi telefonemas de todas as alas do partido. Não tem nenhum tipo de racha.

Os tucanos comemoraram o acordo, mas temem pela sua pouca experiência e juventude.

INDIO. Eu não sou o Collor. Sou jovem, mas tenho uma trajetória absolutamente diferente de vida, uma família e um berço diferente. Além disso, ainda tenho ao meu lado uma pessoa que será presidente da República e é absolutamente capaz.

O senhor entra como vice numa campanha em desvantagem. Como acha que poderá ajudar a reverter esse quadro?

INDIO. Trazendo a juventude, mobilizando as pessoas através do movimento do Ficha Limpa. Um projeto que o governo que aí está não queria que fosse aprovado. Meu Twitter tinha mil pessoas antes do Ficha Limpa e agora tem 33 mil pessoas, sendo que só 30% desses seguidores são do Rio.

Qual o maior desafio da oposição a partir de agora, diante da vantagem da petista Dilma Rousseff?

INDIO. Eu nunca entrei numa candidatura em que eu fosse favorito. Prefiro estar numa candidatura em que você tem que passar o adversário do que começar muito bem e levar a militância a descansar. Eu vi muito bem o que aconteceu no Rio, com o Gabeira. Todos achavam que ele estava praticamente eleito prefeito. As pessoas então viajaram, outros foram à praia, e nós perdemos a eleição por 50 mil votos em 2008. Gosto de eleições duras. Serra me disse que terei de acordar mais cedo e dormir mais tarde. Isso porque ele me conhece pouco.