Título: Rebanho de Roriz altera patrimônio
Autor: Maltchik, Roberto; Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 07/07/2010, O País, p. 12

Declaração ao TSE estava errada

Forçado a renunciar, em 2007, à vaga no Senado para escapar da cassação, Joaquim Roriz (PSC), hoje candidato ao governo do DF, apresentou bens à Justiça Eleitoral que o tornaram R$3 milhões mais pobre em relação à última campanha, e ainda o transformaram num fazendeiro sem gado. Há quatro anos, Roriz declarou 6.227 cabeças bovinas, um patrimônio estimado em R$2,8 milhões. À época, a soma de seus bens alcançava R$4,4 milhões. Anteontem, porém, o patrimônio declarado ao TSE era de R$1,1 milhão.

O ex-governador, que está com a campanha na rua, percebeu só ontem que algo estranho havia ocorrido. Sua riqueza, na verdade, aumentou nos últimos três anos. Longe do plenário do Senado e dedicado a leilões agropecuários, seu rebanho ficou de fora da lista por um equivoco contábil, de acordo com sua assessoria de imprensa.

Roriz acumula, segundo a declaração corrigida, patrimônio de R$5,1 milhões, dos quais R$4 milhões são referentes ao seu rebanho de 6.717 bovinos. Os negócios com gado respondem por três quartos da fortuna do ex-governador, que tem como principal patrimônio imobiliário uma casa no valor de R$600 mil. Roriz é um entre tantos políticos ameaçados pela Lei da Ficha Limpa.

Entre os presidenciáveis, a campanha mais peculiar é a do nanico José Maria Eymael (PSDC). Dono de um patrimônio de R$3,5 milhões, declarou ao TSE que pode gastar até R$25 milhões na campanha, na qual terá 56 segundos no horário eleitoral gratuito. Procurado pela reportagem para falar sobre como vai investir o dinheiro da campanha, não retornou às ligações.