Título: Campanha de R$200 milhões ao Senado
Autor: Rios, Odilon
Fonte: O Globo, 08/07/2010, O País, p. 11

Valor é previsão de gasto só nos cinco maiores colégios eleitorais

BRASÍLIA. Para conquistar um mandato de oito anos no Senado, com todas as mordomias e benefícios que o cargo oferece, candidatos ao posto país afora estimam gastar milhões de reais. Considerando apenas o que os principais candidatos a senador nos cinco maiores colégios eleitorais do país projetaram de gastos para suas campanha, a cifra chega perto de R$200 milhões. Em São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, os 20 principais concorrentes ao cargo declararam ao TSE a intenção de gastar até R$195,5 milhões. Os dados são dos comitês e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

Coordenador da campanha de Dilma, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT-MG) apresentou o orçamento mais alto no universo pesquisado: R$30 milhões. Tudo para bater dois políticos consagrados: o ex-governador Aécio Neves (PSDB), que lidera com folga as pesquisas, e o ex-presidente Itamar Franco (PPS). Aécio e Itamar compõem a mesma chapa e, juntos, não pretendem queimar mais que R$24 milhões.

No Rio, as disparidades são enormes. Enquanto o petista Lindberg Farias, ex-prefeito de Nova Iguaçu, está disposto a investir até R$15 milhões nos próximos três meses de campanha, o senador Marcelo Crivella (PRB), que conta com o voto dos evangélicos, informou ontem que não pretende desembolsar mais que R$1,5 milhão na campanha. Entre um e outro, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) calcula um teto de R$8 milhões.

Em SP, campanhas de aliados de Serra são as mais ricas

Tanto Pimentel quanto Lindberg Farias explicam, por meio de suas assessorias, que os montantes informados à Justiça Eleitoral foram calculados por alto, e que não necessariamente pretendem usar tudo.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país e que prevê uma disputa acirrada pelas duas vagas de senador, as campanhas de Orestes Quércia (PMDB) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ambos aliados do tucano José Serra, são as mais ricas. Os gastos previstos são de até R$23 milhões para cada um. É o dobro do que Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PCdoB) orçaram. Cada um deve aplicar em propaganda e outras despesas R$12 milhões.

No Rio Grande do Sul, os gastos são mais equilibrados na disputa pelo Senado. Enquanto a candidata do PP, a jornalista Ana Amélia Lemos, e o ex-governador Germano Rigotto (PMDB) calculam um orçamento máximo de R$4 milhões, o principal candidato petista, o senador Paulo Paim, estima gastos de até R$2 milhões.

A eleição deste ano vai renovar dois terços do Senado - ou seja, 54 dos atuais 81 senadores terminam seus mandatos.