Título: Fundo FGTS-Petrobras cai 6,11% em junho e é a pior aplicação do mês
Autor: Carneiro, Lucianne
Fonte: O Globo, 01/07/2010, Economia, p. 26

REFORÇO NO CAIXA: Fundos de renda fixa rendem 0,79% e perdem da inflação

No semestre, aplicação recua 22,53%. FGTS-Vale tem queda mensal de 3,89%

Os trabalhadores que colocaram parte do FGTS nas ações da Petrobras tiveram um mês amargo em junho. Os fundos FGTS-Petrobras foram a pior aplicação do mês, com queda de 6,11% até 25 de junho, último dado disponível da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Os papéis da estatal têm sido afetados pelas incertezas em torno de sua capitalização. Os fundos FGTS-Vale também foram afetados pela queda do mercado de ações este mês e recuaram 3,89%.

Já os fundos de ações compostos por ações que integram o Ibovespa, índice referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), foram a melhor aplicação de junho, com rendimento médio de 2,73% até 25 de junho. Mas este resultado deve mudar, já que a Bovespa recuou fortemente nos últimos dias. Para se ter uma ideia, o Ibovespa encerrou o mês com queda de 3,35%, sendo 6% entre 25 e 30 de junho.

No semestre, os fundos de renda fixa foram a melhor aplicação, com rendimento de 5,14%, em média, até 25 de junho. Em seguida, vieram os fundos multimercados (4,73%, em média) e DI (4,23%, em média). O fundo FGTS-Petrobras também foi a pior aplicação do ano, com queda de 22,53%.

- Abril e maio foram meses ruins para os mercados mundiais e a expectativa de recuperação em junho não se confirmou. A situação tinha melhorado e até o dia 23 a alta era de cerca de 3,5%. Mas os mercados mundiais foram perdendo fôlego e aumentou a preocupação com a recuperação global - afirmou o administrador de investimentos Fabio Colombo.

A inflação, medida pelo IGP-M, de 0,85% em junho, superou algumas aplicações importantes, como os fundos de renda fixa, que renderam 0,79%, e os DI (0,69%). Todas as taxas são médias e até dia 25, pelos dados da Anbima. Já os fundos multimercados renderam 0,86%, muito perto da inflação. Já a caderneta de poupança rendeu 0,56% em junho.

Chama a atenção no mês o rendimento do ouro, de 2,78%, procurado em épocas de instabilidade. O dólar, por sua vez, recuou 0,93%, a R$1,804. E os fundos cambiais (indexados ao dólar) caíram 2,18%, em média, em junho, após alta em maio.