Título: Na ficha de candidatos, até homicídio
Autor: Brisolla, Fabio
Fonte: O Globo, 12/07/2010, O País, p. 4

Processos criminais ganham destaque entre cadastros enviados a TSE

A lista de candidatos publicada no site do TSE traz alguns nomes conhecidos na política fluminense por seus problemas com a Justiça. Um deles é Edson da Silva Mota, candidato a deputado estadual (PSL) citado, na página do TSE, em processos por homicídio, além dos crimes de formação de quadrilha, extorsão e estelionato. Para os eleitores, o candidato se apresenta como Mota da Copasa, referência à cooperativa de vans criada por ele em 1999. Suspeito de matar o presidente de uma cooperativa de vans, ele chegou a ser preso durante a eleição de 2008, quando se candidatou a vereador.

Indicido por homicídio na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Mota passou o restante da campanha na prisão.

- Consegui 1444 votos mesmo sem fazer campanha. Sou uma pessoa idônea. Existe um grupo querendo me denunciar por vários crimes para sujar minha ficha. Estou sendo perseguido - afirma Mota, que chegou a se eleger vereador em 2004 e, agora, quer uma vaga na Alerj.

Partido veta novos filiados com ficha criminal

Segundo Tunico de Sousa, presidente regional do PSL, em 2008, o partido estabeleceu uma regra para vetar o ingresso de filiados com ficha criminal.

- Mas o Mota entrou antes no partido. Já foi eleito vereador e ficou como suplente do deputado Marcos Abrahão em 2006 - esclarece Sousa.

Marcos Abrahão foi acusado e absolvido em primeira instância, pelo homicídio de um colega parlamentar, em 2003. Atualmente no PTdoB, ele disputa a reeleição para deputado estadual.

Outro nome citado em processo por homicídio é Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, candidato a deputado estadual (PR). Ele foi acusado de participação na morte duas pessoas em dezembro de 2007. Segundo Adroaldo Peixoto, secretário geral do PR, os candidatos do partido de Anthony Garotinho são selecionados com "todo cuidado" para não comprometer a imagem da legenda.

- Em relação a Deco, ele já foi eleito anteriormente vereador e deputado. Em tese, ele está apto a pleitear um novo mandato - pondera Adroaldo, ressaltando que não cabe ao partido fazer julgamentos precipitados. - Quem tem o poder de julgar é a Justiça.