Título: Investimentos só devem ocorrer a partir de 2015
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 19/07/2010, Economia, p. 17

Vale já atua no setor. Grupo Bolognesi tem projeto de US$1,25 bilhão no RS

A regulamentação da Lei do Gás, prometida pelo governo para os próximos dias, não terá o condão de impulsionar novos investimentos no setor a curto prazo. Para analistas, isso só ocorrerá depois de 2015, devido às várias barreiras ainda existentes no país.

Para Sylvie D"Apote, sócia-diretora da empresa de consultoria Gás Energy, será um processo longo, que só se justificará se o país tiver um volume elevado e consistente de gás para oferecer:

- Alguma coisa pode acontecer nos próximos dez anos - diz Sylvie.

Mas o setor já começou a se movimentar, ainda que lentamente. É o caso da mineradora Vale, maior consumidora de energia do país e única companhia com musculatura suficiente para fazer frente aos grandes investimentos necessários. De acordo com a página da empresa na internet, a exploração de fontes de energia como o gás natural faz parte do seu objetivo estratégico. Atualmente, a Vale participa de 23 blocos agrupados em 14 concessões em mar, além de duas concessões em terra, na Bacia do Parnaíba.

Também de olho na nova legislação, o grupo privado nacional Gás Energy New Ventures anunciou, em 2009, investimento de US$1,25 bilhão em uma usina termelétrica integrada a terminal de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL), em Rio Grande (RS). A previsão é gerar 1.000 MW a partir de 2014.

Em maio passado, o projeto foi vendido para o Grupo Bolognesi, que pretende disputar o próximo leilão de energia nova. Além da regaseificação - que permite a entrega por navios - e da geração de energia, o projeto pode incluir abastecimento com gás natural do pólo naval de Rio Grande, já que a capacidade do terminal excede em um milhão de metros cúbicos diários o consumo da térmica.