Título: Na Caixa, crédito imobiliário sobe 95,1% e atinge recorde de R$34,1 bi
Autor: Rodrigues, Lino
Fonte: O Globo, 20/07/2010, Economia, p. 21

Só o Minha Casa, Minha Vida consumiu até junho R$16,48 bilhões

A liberação de crédito para a compra da casa própria pela Caixa Econômica Federal atingiu o valor recorde de R$34,1 bilhões de janeiro a junho deste ano, alta de 95,1% na comparação com o mesmo período de 2009. Balanço divulgado pela Caixa mostra que foram assinados 575.232 contratos no país nesse período.

Só o programa Minha Casa, Minha Vida consumiu até junho R$16,48 bilhões, subindo para R$30,58 bilhões o total liberado desde abril de 2009. No total, já foram assinados 542.961 contratos do programa, praticamente metade da meta de um milhão de moradias para até o fim de 2010.

- Até o final deste ano, a estimativa é que a aplicação de recursos em crédito imobiliário pela Caixa supere os R$60 bilhões - afirmou o vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda.

A Caixa mantém a expectativa de que o crédito imobiliário corresponde a 10% do PIB do país até o fim de 2015.

Boa parte da expansão nos financiamentos da Caixa, disse Hereda, foi puxada pelos negócios no Feirão da Casa Própria, entre maio e junho, que responderam por R$8,4 bilhões em negócios, ou 93,5 mil negócios.

No Estado do Rio, as contratações atingiram 30.865 imóveis, ou R$2,1 bilhões de janeiro a junho - 41,3% da meta de 74 mil financiamentos para 2010. Imóveis para as famílias fluminenses com renda de zero e três salários mínimos tiveram o maior número de contratações no período, 15.259. Já em São Paulo foram 128.874, ou R$9,1 bilhões, 71,72% acima do volume do primeiro semestre de 2009.

Hereda disse que a instituição já está procurando fontes, além dos tradicionais FGTS e poupança, para atingir as metas propostas para este ano. Segundo ele, a Caixa dispõe de pelo menos três anos para equacionar o problema. Até lá a Caixa deverá buscar alternativas para captar recursos e financiar o crédito imobiliário no país, como o lançamento até o fim do ano de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e a securitização de um mix de contratos de sua carteira de crédito.

Hereda negou que a Caixa avalie uma capitalização, a exemplo do que está sendo feito pelo Banco do Brasil, como uma das alternativas para elevar o volume de crédito da Caixa:

- Não é uma coisa que estamos trabalhando com a Fazenda no momento.

O governo não mudará valores para a primeira fase do Minha Casa, Minha Vida. A meta do programa é construir um milhão de moradias até o fim do ano para famílias com renda até dez salários mínimos (R$4.650). Desse total, 400 mil imóveis devem contemplar famílias com renda de até três salários (R$1.395). Segundo Hereda, as alterações nos valores dos imóveis, subsídios e faixas de renda estão previstas para a segunda etapa do programa.

- Não esperem reajuste para este ano, a primeira fase vai acabar com os valores com que iniciou - disse ele.

Hereda disse ainda que a meta de contratações para a faixa de zero a três salários mínimos estará cumprida até o início de setembro com os valores definidos no início do programa. A partir daí, a Caixa vai encerrar as contrações para essa faixa, mas nada impede que alguns projetos sejam adequados para outras faixas com mais dificuldade em atingir a meta.