Título: FGTS bate recorde e alcança R$ 5,8 bi no semestre
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 23/07/2010, Economia, p. 31

Pela primeira vez, fundo registra 32,47 milhões de trabalhadores com carteira assinada e 2,77 milhões de empresas contribuintes

BRASÍLIA. O FGTS bateu um novo recorde em junho. Pela primeira vez na história, registrou 32,47 milhões de contas de trabalhadores com carteira assinada em todo o país. Consequentemente, o número de empresas que contribuem nunca foi tão alto: 2,77 milhões. Os dados constam do balanço semestral do fundo, apresentado ontem pelo vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Wellington Moreira Franco, que atribuiu o bom desempenho à recuperação rápida da economia brasileira.

A arrecadação líquida do FGTS ¿ diferença entre depósitos e saques realizados pelos trabalhadores ¿ no primeiro semestre voltou a atingir nova alta, alcançando o nível de R$5,86 bilhões, um recorde para o período. O valor arrecadado representa um crescimento de 158,4%, frente aos seis primeiros meses de 2009, e corresponde a 84,9% da arrecadação obtida durante todo o ano passado, quando o mercado de trabalho no Brasil foi afetado pelos temores dos empregadores em relação à crise.

A arrecadação bruta do fundo no período chegou a R$29,98 bilhões, 9,9% acima do valor registrado no primeiro semestre de 2009, que ainda refletia os efeitos da crise. Este volume de recursos é resultado da queda dos saques referentes a demissões por justa causa este ano, de 3,7%. Isso quer dizer que mais pessoas continuaram nos seus empregos. Até maio, os ativos do FGTS somaram R$245,2 bilhões.

No primeiro semestre, os desembolsos do fundo com saneamento, habitação e infraestrutura urbana foram de R$31 bilhões. Um dos principais motores do setor de habitação, que vem turbinando os dados da economia, o orçamento do fundo deve fechar o ano em R$64 bilhões pelas contas da Caixa Econômica Federal. Em 2003, este valor era de R$3,8 bilhões.

Dos R$13,5 bilhões aplicados pelo fundo no início do ano em habitação, saneamento e infraestrutura, R$5,9 bilhões foram para o programa do governo Minha Casa Minha Vida. No período, foram liberados R$1,7 bilhão em subsídios para financiamento imobiliário para a população de menor renda. A previsão é que até o fim do ano este valor suba para R$4 bilhões.

As operações da Caixa Econômica Federal com habitação também cresceram. Esta é uma das razões que explicam o aumento do volume de recursos devidos pelo banco ao fundo. São R$48,5 bilhões até junho, contra R$34,6 bilhões registrados até o fim de 2009.