Título: Marina defende rigor em gastos
Autor: Amorim, Silvia
Fonte: O Globo, 28/07/2010, O País, p. 3
Programa do PV prevê limitar despesas a crescimento do PIB
SÃO PAULO. A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, lançou ontem a segunda versão de suas diretrizes de governo, na qual se compromete a limitar o aumento dos gastos públicos à metade do crescimento do PIB. Entre as inovações, foram incorporados mais cinco itens sobre saúde, incluindo o empenho pela regulamentação da Emenda Constitucional 29, que garante uma fonte fixa de recursos ao setor.
Há poucas novidades em relação ao documento protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o pedido de registro de candidatura, no início deste mês. O texto ainda não é definitivo. No início de setembro, deverá ser divulgada a lista final de propostas.
O documento divulgado ontem tem 38 páginas. São relacionadas metas, mas poucos podem ser quantificadas e muitas são vagas. Um dos primeiros itens trata de promoção de ampla, contínua e irrestrita ação de combate à corrupção, e afirma que osrecursos públicos devem ser tratados como sagrados.
Não quisemos fazer a velha fórmula de que temos um programa já pronto e acabado. Não temos aqui um planejamento operacional.
Não é possível fazer isso sem olhar para o Orçamento, sem avaliar os programas existentes disse Marina, em seu discurso.
O coordenador-executivo da campanha do PV, João Paulo Capobianco, argumentou que as diretrizes apresentadas ontem já trazem grande detalhamento de metas. O professor do Departamento de Economia da USP José Eli da Veiga, que integra a equipe responsável pela elaboração do programa de governo, comparou o texto do PV com as diretrizes apresentadas até agora por José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
Pelo lado da candidatura da oposição, surgiram alguns discursos que foram apresentados. Na outra, teve até uma troca de programas. Isso aqui, embora tenha a palavra diretriz, avança muito.
Veiga citou o compromisso de limitar o aumento do gasto público à metade do crescimento do PIB como uma meta detalhada, sobre a qual os adversários não se manifestaram. A meta já estava prevista na primeira diretriz de programa da candidata do PV.
O assunto serviu de gancho para que Marina e o seu vice, Guilherme Leal, criticassem o fisiologismo na política: Não podemos ter uma base que seja constituída a partir do fisiologismo, e não ter cada vez mais cargos de livre provimento. Que o Estado seja cada vez mais profissionalizado afirmou Marina.
As diretrizes do programa de governo divulgadas falam em redução drástica dos cargos comissionados ocupados por quem não é servidor público. A meta já constatava na versão anterior.