Título: Fiscais interditam equipamentos de plataforma e autuam Petrobras
Autor: Almeida, Cássia
Fonte: O Globo, 09/08/2010, Economia, p. 20

Sindicato critica condições de segurança na P-33, onde houve explosão

Mais de cem petroleiros se reuniram anteontem no Sindicato do Petroleiros do Norte Fluminense, em Macaé, para denunciar as "péssimas condições de segurança" da Plataforma P-33, onde houve uma explosão, sem feridos, em 14 de julho. Em inspeção feita semana passada, a Superintendência Regional do Trabalho interditou filtros das unidades de compressão de gás da plataforma, o que impediria o uso do gás, segundo o diretor de Comunicação do Sindipetro, Marcos Breda:

- Os fiscais também autuaram a Petrobras pela tubulação de água para combate a incêndio fora da cor padrão, pelo indicador de pressão inoperante, pelos pisos escorregadios, pelas diversas tubulações com reparos provisórios e pelos vasos de pressão sem válvulas de segurança.

Petrobras discorda da interdição do equipamento

A Petrobras informou, por meio de nota, que "está cumprindo a determinação da Superintendência Regional do Trabalho do Rio, que interditou o equipamento do filtro de óleo lubrificante na plataforma P-33".

Segundo a nota, a Petrobras discorda da decisão e diz que o equipamento dispõe de "válvula de pressão que atende à Norma Regulamentadora 30, do Ministério do Trabalho". Segundo a companhia, a plataforma é inspecionada anualmente desde 1999, por "profissionais habilitados pelo Sistema Próprio de Inspeção de Equipamentos". A certificação do sistema, segundo a Petrobras, está válida até 2014.

A P-33 está em operação há 11 anos e tem capacidade de produção de 63 mil barris de petróleo por dia e de 1,5 milhão de metros cúbicos de gás natural.

Mas, segundo Breda, o sindicato já vem alertando a Petrobras sobre as condições precárias da P-33 e também da P-31, que colocariam em risco a vida de trabalhadores.

- Há reparos provisórios em tubulações de gás, água e óleo, com risco de vazamentos na plataforma - diz Breda.

Além disso, os petroleiros da P-33 também alertaram para problemas nos equipamentos de transferência do óleo da plataforma para os navios que transportam o combustível, o que poderia causar vazamentos de óleo no mar, semelhante ao que houve em junho com a P-47, lembra Breda.

- Eles falam de risco iminente de vazamento, se uma manutenção maior não for feita - afirma.